Da redação
Frankie Marcone/Fábio Cortez/Nominuto.com
Os candidatos ao Senado participaram na semana que passou de uma série de entrevistas no Jornal 96, da 96 FM. Na ocasião, eles expuseram suas propostas caso sejam eleitos.
Acompanhe as entrevistas:
Laílson Almeida (PSOL)
O candidato do PSOL ao Senado, professor Lailson de Almeida defende a indexação dos salários para preservar o poder de compra do trabalhador. Segundo ele, há um descompasso hoje entre o aumento da inflação e controle salarial. "Os preços estão livres e os salários são controlados. Só quem perde é o trabalhador, que precisa lutar permanentemente por reajustes", comentou.
Lailson de Almeida defendeu a discussão urgente de uma reforma política. Ele é favorável ao financiamento público exclusivo de campanha, e à mudança na representação dos partidos na propaganda da TV. O professor do PSOL defendeu a Lei da Ficha Limpa, e regras mais claras para ocupação de cargos no serviço público brasileiro.
Lailson é contra a redução da maioridade penal para maiores de 16 anos, como prevê algumas propostas em discussão no Congresso Nacional. "A violência envolvendo menores só vai ser contida com investimentos em educação e melhorias dos indicadores sociais", opinou.
O candidato do PSOL também criticou a proposta de endurecimento da legislação penal para punir os responsáveis por atos violentos em manifestações. "O que ocorre hoje é a criminalização dos manifestantes por parte da mídia e dos setores dos Judiciário e das autoridades da segurança pública. O PSOL é contra a ação de manifestantes violentos, mas é preciso evitar a criminalização de todos", observou Lailson. Ele afirmou que o PSOL não financia grupos radicais.
Lailson de Almeida espera que o Senado discuta um novo pacto federativo. "Do jeito que está não dá. A União fica com a maior parte das receitas. Nós precisamos buscar o equilíbrio entre os entes federados, aumentando os recursos para Estados e municípios", declarou o professor.
Ana Célia (PSTU)
A professora Ana Célia (PSTU), candidata ao Senado, defende a aplicação imediata de 10% do PIB na educação. "Precisamos de mais investimentos já. Nada de esperar 10 anos, como propagam alguns partidos. A sociedade precisa atentar para precarização do serviço público nos contratos de terceirização. Muitos trabalhadores da educação não têm seus direitos garantidos e sequer contam com plano de carreira", fala Ana Célia.
Ela criticou o atual piso nacional dos professores: "O piso foi aprovado com graves problemas. Ele foi aprovado levando em conta uma formação que não existe mais - a de nível médio. A maioria dos prefeitos contrata professores para pagar proporcionalmente uma jornada de 40 horas, sem levar em conta a jornada múltipla da categoria. Resultado: apenas uma pequena parcela recebe o piso. Quem aprovou esse piso como grande avanço sabe disso", comentou.
A candidata do PSTU considera o Senado uma casa muito conservadora: "É preciso rediscutir o papel daquela casa. Muitas discussões de interesse do trabalhador não avançam. Talvez fosse necessário um parlamento único, onde as propostas possam ser analisadas de forma mais ágil", falou.
Em relação às manifestações de rua, Ana Célia disse que os movimentos sociais mostraram que os governos fazem uma inversão de prioridades, que a população está atenta a isso e clama por melhorias no serviço público, o que será uma de suas prioridades no Senado. A candidata ao Senado afirmou que o partido não é a favor dos atos de vandalismo nas manifestações e que existe um setor (black block) que promove ações isoladas e que invertem o sentido do movimento. "Não compartilhamos com essas ações", garantiu.
Quando trata da redução da maioridade penal, Ana Célia diz que isso não vai resolver o problema da violência e da criminalidade. "É preciso passar por investimentos na Educação e por uma política de segurança no país", ressaltou a candidata do PSTU.
Na área da Segurança, o PSTU defende a unificação das polícias e a mudança de perfil das forças policiais, tornando-a mais de caráter civil.
Ana Célia é a favor da discussão de um novo pacto federativo, desde que o debate seja feito de forma mais organizada e com mais autonomia para os entes federados.
Wilma de Faria (PSB)
A vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), candidata ao Senado, disse que sua aliança com o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB) se faz necessária para "salvar" o Rio Grande do Norte. "Nós estamos somando esforços para mudar a situação que o RN vive hoje. Após muito tempo de radicalismo, a gente se reúne para salvar o Estado. O Ceará é um bom exemplo disso. O Rio Grande do Norte vive este momento", declarou.
A candidata disse mais: "A união é do povo e este grupo que se juntou para salvar o Estado. E os meus adversários não podem dizer nada porque queriam também essa união", provocou em resposta às críticas de um novo 'acordão' da classe política potiguar.
Wilma fez reparos ao desempenho do atual governo: "O que existe hoje é falta de planejamento, a falta de definição de prioridades. Houve uma crise de autoridade. Nada funciona. Tudo está parado. O que funciona hoje foi viabilizado pelo presidente da Câmara, Henrique Alves: a barragem Oiticica, o novo aeroporto e vários projetos de desenvolvimento", disse.
A candidata do PSB prometeu reforçar o discurso em favor do pacto federativo. "Este é um compromisso que eu assumo com o povo do Rio Grande do Norte. O que existe hoje é uma má distribuição de recursos. Estados e municípios vivem como pedintes, de pires na mão", comentou. Ela lembrou também a necessidade de uma reforma tributária. "Não podemos aceitar que o RN tenha apenas 4% de sua receita para investimentos", acrescentou.
Wilma disse também que vai lutar pelo passe livre para todos os estudantes brasileiros. A proposta já foi apresentada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. "Mas a proposta apresentada está parada na CCJ do Senado. Eu quero avançar nesta questão. Será uma das minhas bandeiras", disse. Questionada por que não decretou o 'passe livre' quando foi prefeita e governadora, ela disse que um "assunto em voga hoje". Wilma afirmou que os estudantes estão corretos ao pleitear o benefício.
A candidata do PSB defendeu a reforma política, mas não apontou suas prioridades. De forma genérica, ela defendeu mecanismos de maior participação popular e de interação com a classe política. Ela se mostrou favorável ao financiamento público das campanhas eleitorais para reduzir a influência do poder econômico nos mandatos parlamentares e governos. Wilma também concordou com maior rigor da Lei da Ficha Limpa para ocupação de cargos no serviço público. "Todos precisam ter ficha limpa na vida pública", reforçou.
Roberto Ronconi (PSL)
O candidato ao Senado pelo PSL, Roberto Ronconi, demonstrou ser favorável a uma punição mais rigorosa para manifestantes que promovem vandalismo durante os protestos de rua. “Hoje, qualquer seis pessoas colocam fogo em pneus nas avenidas e atrapalham a vida de milhares de pessoas. Em qualquer lugar do mundo isso seria terrorismo”, falou Roberto Ronconi.
Para Ronconi, o governo federal está “perdendo o norte” e o país está ameaçado de entrar numa crise social, porque a de valores já existe.
O candidato defendeu ainda a redução da maioridade penal. Segundo Ronconi, se um jovem com 16 anos dirige e pode fazer filho, ele deve também ser responsável por atos criminais.
Roberto Ronconi é a favor de uma revisão urgente no Código Penal. “Cada estado deve ter um código criminal e é preciso ter um plano nacional de segurança”.
O candidato ao Senado defendeu uma ampla reforma administrativa, e disse que é preciso implantar uma gestão. “O Brasil precisa de menos Brasília e de mais consciência em gestão”. Sobre a reforma política, Roberto Ronconi disse que vai apresentar um projeto polêmico: o senador eleito não pode ser candidato a nenhum cargo por 8 anos, nem pode ocupar outro cargo público. Para Roberto Ronconi, só dessa forma se renova o quadro político do Brasil, e se coloca um fim nos "reinados".
Em relação à segurança pública, Roberto Ronconi disse que é preciso haver um estudo, rever os valores e aumentar o efetivo das polícias. Caso seja eleito, ele vai atacar todos os pontos que visam o ser humano, principalmente a educação.
Fátima Bezerra (PT)
A candidata do PT ao Senado, Fátima Bezerra, disse que o "acordão" do PSB e do PMDB está na boca do povo. "O PT tentou aliança com os partidos da base da presidente Dilma Rousseff. O que há do outro lado é o ajuntamento de partidos com várias candidaturas à Presidência da República. A chapa de lá tem candidato para tudo quanto é gosto. Nós não mudamos de lado. Nosso palanque é 100% Dilma. O 'acordão' está na boca do povo, não sou eu quem diz", declarou a petista.
Fátima deu a declaração em resposta a Wilma de Faria (PSB), sua principal concorrente na disputa pelo Senado, que havia dito que "os adversários não podem dizer nada (da aliança do PSB com o PMDB), porque eles queriam a mesma coisa".
A candidata do PT falou que a reforma política pode ser a solução para a crise de representação da classe política brasileira. "A representação política no Brasil tem piorado tanto do ponto de vista da qualidade intelectual como também do fisiologismo, do patrimonialismo. A reforma é essencial para oxigenar o quadro eleitoral atual", disse.
Fátima defende um plebiscito para convocação de uma assembleia constituinte exclusiva para tratar da proposta. Ela considerou essenciais o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais e a incorporação de mecanismos de participação popular.
A candidata disse que o PT não teme os questionamentos éticos por conta de escândalos como o de mensalão. "Esse assunto já está concluído. A investigação foi realizada, a sentença já foi proferida, já temos o cumprimento de sentença, e nós esperamos que isso tudo contribua para que o país possa realizar uma reforma política ampla e profunda", falou.
Fátima Bezerra disse que vai priorizar o debate sobre a aplicação do PNE (Plano Nacional de Educação), já sancionado pela presidente Dilma Rousseff. "O PNE não vai virar uma bela carta de intenções. Será um instrumento valioso para promover o desenvolvimento do país", disse. Ela defendeu a 'federalização' do piso nacional dos professores. "Estados e municípios não podem arcar sozinhos com os salários dos professos. Este assunto já está em discussão no âmbito do governo federal. Esta será uma das minhas principais bandeiras no Senado", declarou.
Antes da discussão do novo pacto federativo, a candidata do PT falou que é necessária a aprovação de uma reforma tributária. "Não adianta falar em pacto federativo sem a reforma tributária. Precisamos rever a quantidade de impostos cobrados neste país, principalmente nos estados com as diferentes alíquotas de ICMS", criticou.
Quando o assunto é economia - inflação beirando os 7%, juros de 11% ao ano, PIB de menos 1% e tarifaço depois das eleições -, a candidata do PT se mostra otimista: "Vamos ganhar qualquer comparação com os indicadores dos governos anteriores ao do PT. Na era tucana, a inflação era muito maior. Estamos no centro da meta de inflação hoje, que é de 6,5%, e as taxas de desemprego são as menores da história. A presidente Dilma Rousseff tem tratado deste assunto com bastante seriedade", comentou.
Fonte: no minuto.com
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