sexta-feira, 29 de maio de 2015

CPI no Senado faz presidente da CBF abandonar a FIFA e retornar ao Brasil


Hermes Castro

Nenhum senador retirou até a meia-noite de quinta-feira (28), conforme a Secretaria-Geral da Mesa do Senado, a assinatura do requerimento de criação da CPI proposta para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o comitê organizador local da Copa do Mundo FIFA 2014.

O requerimento, com 53 assinaturas, foi protocolado pelo senador Romário (PSB-RJ) e, encerrado o prazo de retirada de assinaturas, a comissão está pronta para ser instalada. Os líderes partidários têm agora cinco dias para indicar os senadores que integrarão o colegiado, o que leva em conta o cálculo de proporcionalidade das bancadas e partidos no Senado.

A comissão contará com sete membros titulares e igual número de suplentes e terá 180 dias para investigar possíveis irregularidades em contratos feitos para a realização de partidas da Seleção brasileira de futebol, de campeonatos organizados pela CBF, assim como para a realização da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo de futebol de 2014. A instalação dependerá da indicação dos integrantes pelos partidos, o que leva em conta o cálculo de proporcionalidade das bancadas na composição do Senado. O limite de despesas da comissão será de R$ 100 mil.

Retorno ao Brasil
Os escândalos que abalaram a FIFA, a prisão do vice-presidente e seu antecessor à frente da CBF e a instalação da CPI no Senado, fizeram o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, abandonar o congresso da FIFA, em Zurique, e retornou ao Brasil, desembarcando no meio da madrugada desta sexta-feira (29), no Rio de Janeiro.

A informação da saída de Nel Nero do congresso da FIFA, deixou todos na entidade perplexos. "Ele [Del Nero] não explicou os motivos. Fomos pegos de surpresa", afirmou um assessor da FIFA.

O presidente da CBF decidiu deixar a Suíça no dia que a Justiça dos EUA divulgou trechos da investigação que comprova sua participação no esquema de propina recebida por cartolas relacionada à Copa do Brasil. Segundo o Departamento de Justiça americana, José Marin, ex-presidente da CBF e preso pelo FBI, dividia a propina com o também ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e com o próprio Del Nero.

Temendo pelo seu mandato à frente da CBF, Del Nero veio acompanhar de perto a instalação da CPI no Senado e, na medida do possível, tentar desarticular a comissão parlamentar.

"Depois do que aconteceu, da prisão, voltei para a CBF, para o Rio, para acompanhar os fatos de perto e prestar todos os esclarecimentos necessários. No momento que a Fifa determina o banimento do Marin, a entidade também tem que deixá-lo fora, pelo menos provisoriamente. A prisão do Marin me chocou profundamente, agora vamos aguardar os acontecimentos", disse Del Nero à reportagem do SBT no saguão do Galeão.

Segundo o jornal "Folha de São Paulo", o presidente já marcou uma reunião com outros membros da CBF na sede da entidade, nesta sexta (29), para discutir o escândalo da FIFA e a instalação da CPI no Senado.

Fonte: Mossoró Hoje

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