segunda-feira, 1 de julho de 2013

Brasil vence a Espanha por 3 x 0 e sagra-se campeão da Copa das Confederações

Foto: Laurence Griffiths/Getty

Cézar Alves/Plantão

O Brasil venceu a Espanha por 3 x 0 e sagou-se campeão da Copa das Confederações, em jogo de muita festa dentro do templo do futebol nacional, o Maracanã, e confronto na área externa entre manifestantes e policiais do Estado do Rio de Janeiro.


O Brasil sagrou-se tetra campeão da Copa das Confederações com gols marcados por Fred (2), no início do primeiro e do segundo tempo, e Neymar, no final da primeira etapa. A seleção sob o comando de Felipão não deixou a fúria espanhola jogar.

Foto: Stuart Franklin

O craque da seleção espanhola, Andres Iniesta, não conseguiu levar seu time campeão.

O goleiro Julio César, da seleção brasileira, ficou com o trofeu de melhor goleiro, Neymar com o chuteira de bronze e Fred com a de prata, por ter marcado 5 gols na competição. Os espanhóis faturaram o título de artilheiro, com Fernando Torres.

Foto: Jasper Juinen/Getty Images

Goleiro Júlio César eleito o melhor goleiro da competição.

Paulinho ficou com o terceiro melhor jogador do torneio. Andrés Iniesta, da Espanha, foi agraciado com o bola de prata e Neymar Junior sagrou-se como o melhor jogador da competição, tendo recebido a bola de ouro da Copa das Confederações.

Na competição, o Brasil recebeu o título de campeão, a Espanha ficou com o vice, a Itália com o terceiro lugar e os Uruguais com o quarto.

Campeão para ninguém botar dúvida
Do site da CBF

A final da Copa das Confederações da FIFA ocupou manchetes por colocar os donos do futebol mundial atual, a Espanha, diante dos maiores vencedores da história e da única grande equipe que ainda não haviam conquistado em sua brilhante era vencedora: a Seleção Brasileira. Pois ainda não foi desta vez. Pelo menos não num Maracanã exultante e com Neymar e Fred inspirados.

Numa atuação irretocável, o Brasil de Luiz Felipe Scolari desmoronou dúvidas e recordes com uma vitória por 3 a 0 - graças a dois gols de Fred e um de Neymar, novamente eleito o Craque do Jogo Budweiser da partida. A série de 26 jogos oficiais sem perder da Furia se encerrou com a primeira derrota em um jogo de competição oficial por três gols de diferença desde 1985, no País de Gales. E a Seleção Brasileira, em casa, conquistou seu quarto título do Festival dos Campeões; terceiro de forma consecutiva.

O primeiro grande momento para a torcida brasileira foi de um tipo de emoção, aquela que gera arrepios, quando os mais de 73 mil torcedores cantaram em uníssono o Hino Nacional Brasileiro. Pois demorou pouco, menos do que se suporia, para a outra emoção, a do grito, chegar. Após cruzamento de Hulk da direita, Fred e Neymar tentaram chegar na bola, disputando com Gerard Piqué. E aí veio o inusitado e instintivo do artilheiro do Fluminense: apesar de estatelado no chão, na pequena área, o centroavante ainda deu um jeito de bater – e forte – na bola, a centímetros de Casillas. Isso tudo com um 1min39s de jogo. Pela terceira vez no torneio, o Brasil abria vantagem com menos de dez minutos de jogo.

Era provavelmente o jogo mais importante da vida de Fred, mas nem parecia. Quer dizer, não se isso devesse significar estar nervoso. Inspirado, o camisa 9 brasileiro participou das outras duas chances de ouro que a Seleção teve nos primeiros 45 minutos. Logo aos 8, Fred desviou de letra cruzamento rasteiro de Neymar e deixou Oscar na cara do gol. O meia do Chelsea bateu buscando o canto direito de Casillas, a centímetros da trave. A segunda grande oportunidade foi do próprio Fred: agora de pé, ele ficou diante de Casillas num contra-ataque rápido, recebendo passe maravilhoso de Neymar no meio da defesa. O goleiro saiu bem para fechar o ângulo e defender o chute.

A Espanha, enquanto isso, não tinha pressa para tocar a bola e, aos poucos, esperar a ocasião certa para criar. Foi assim, primeiro, num chute de longe de Iniesta que Júlio César defendeu bem aos 31. Depois, aos 41, quando saiu o que parecia o segundo gol brasileiro: um gol que não foi gol, mas David Luiz evitando o empate de maneira inacreditável. Numa estocada rápida, a Furia, de repente, tomou a até então cuidados defesa brasileira de assalto com dois jogadores contra o goleiro Júlio César. Pedro apareceu cara a cara e tocou consciente, no canto direito. Mas David Luiz voou num carrinho para tocar a bola por cima. O grito das arquibancadas foi mesmo como o de um falso segundo gol – e se mostraria só aquecimento para o verdadeiro.

Os times estavam prontos para ir ao vestiário com um nervoso 1 a 0, mas o talento de Neymar tinha outros planos. A um minuto do final, um contra-ataque pela esquerda parecia ter ligeiramente se estancado, quando Oscar devolveu passe para o camisa 10 pela esquerda da área. E, então, com o centro da área bloqueado, o que o ex-santista fez? Chutou de esquerda, oras. Uma bomba alta, que passou por cima de Casillas e fez com que os dois – ele e Oscar – saltassem literalmente para junto do público para celebrar a vantagem.

Vantagem de dois gols, contra uma equipe vitoriosa como a da Espanha, não é garantia nenhuma com 45 minutos pela frente, mas, se o final de etapa inicial parecia ser quase perfeito, o início do segundo tempo não ficou atrás. E de um jeito bonito. De novo com menos de dois minutos, a vantagem brasileira cresceu: Marcelo ganhou a bola no meio-campo, serviu Hulk, que enfiou a bola para a entrada da área, aparentemente para Neymar. O camisa 10 fez o corta-luz que deixou a bola à mercê de Fred. Dentro da área, de primeira, são poucos os que são capazes de tocar no canto como ele. Três a zero.

A senha para a Espanha reagir veio da mesma forma como haviam chegado boa parte dos gols que a Seleção sofreu na Copa das Confederações: em vacilos individuais na defesa. Desta vez foi Marcelo que, aos nove minutos, cometeu pênalti desnecessário em Jesús Navas pela direita da área. Mas não era mesmo dia dos campeões mundiais: Sergio Ramos bateu para fora à direita do gol. Pronto. Já não havia o que mudasse a festa, com direito a grito de “olé” e um otimismo que não poderia ser maior para a equipe da casa de olho na Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.

Com um a mais após a expulsão de Piqué, a Seleção tratou de aproveitar. De ouvir os gritos calorosos de um Maracanã que não se continha. De ver Pedro e David Villa de novo na cara do gol, ambos negados por defesaças de Júlio César. De viver uma noite perfeita. De assistir a si mesmo fazendo história.

Jornal de Fato/CBF

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