Andrey Ricardo/Da Redação
O Rio Grande do Norte receberá até o início do próximo ano cinco novas ambulâncias que serão usadas no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192). Os veículos serão repassados pelo Governo Federal (o RN foi um dos estados com o menor número de doações). Destes cinco veículos, dois serão direcionados para Mossoró, a segunda maior cidade do estado. Ao todo, serão doadas 363 ambulâncias, distribuídas entre 18 estados brasileiros.
Segundo o médico Luís Gomes, coordenador do Samu 192 Mossoró, as novas unidades irão substituir veículos antigos que ainda estão sendo utilizados na cidade. Atualmente, a frota local é composta por quatro ambulâncias. Três delas são do tipo Suporte Básico e uma é do tipo UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A diferença está na capacidade de atendimento. A segunda tem médico, enfermeiro e técnico em enfermagem. A Básica trabalha só com técnico.
Questionado pelo DEFATO.COM sobre o atendimento que é oferecido atualmente no município, o médico afirmou que a quantidade de viaturas está além do que é previsto. Pelo número de habitantes, segundo Luís Gomes, não seria necessário o uso de uma ambulância do tipo UTI (só básica). Por isso, não haverá acréscimo na frota. Haverá apenas uma substituição. “A frota fica velha e precisa ser substituída”, pontua o coordenador local do Samu 192.
A aparente irritação do médico com o questionamento da reportagem é justificada logo em seguida, quando ele critica a forma como a população enxerga o trabalho realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: “O pessoa confunde o Samu com táxis. É preciso haver uma regulação médica. Não é preciso enviar uma ambulância por causa de uma dor de dente. É preciso entender isso”, disse, revelando incômodo com “chamados desnecessários”.
Algumas vezes, a demora no atendimento é alvo de críticas por parte da população. Recentemente, foi noticiado por blogs de Mossoró e até pelo DEFATO.COM uma suposta falha no atendimento feito a um garçom que sofreu acidente no conjunto Abolição IV (zona oeste). Segundo o que foi colhido na época, a ambulância teria demorado cerca de uma hora para chegar ao local. A direção do Samu, na época, não foi localizada para comentar o ocorrido.
Os problemas estruturais da instituição chegaram a ser relatados recentemente pelo médico Djalma Alves Rocha, do Samu 192 Mossoró. Ele reclamou justamente do sucateamento das ambulâncias e citou diversos outros problemas que comprometeriam o serviço na cidade. “Ocorreram várias ocasiões onde o médico não teve como sair da central ou por falta de veículo ou por falta de outro profissional ou por falta de segurança”, destacou o médico.
REFORÇO NACIONAL
O anúncio da doação que beneficiará o RN e mais 17 estados brasileiros foi feito hoje (5) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante a cerimônia de comemoração dos 10 anos de existência do Samu 192, realizada Tatuí (SP). Ao todo, serão repassadas 363 novas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) para 199 municípios.
O Ministério da Saúde investiu R$ 50 milhões na compra dos veículos. Além desse valor, serão repassados recursos adicionais para custeio das unidades, no valor de R$ 35,8 milhões por ano. A Bahia foi o estado mais beneficiado. São 59 novos veículos. O estado de São Paulo, que costuma receber maiores volumes, ficou com apenas 21 veículos, menos que outros seis.
Abaixo do RN ficaram Santa Catarina (4); Piauí (2); e Tocantins (2). A previsão do Governo Federal é que os veículos estejam circulando até o início de 2013. Em Mossoró, no entanto, as ambulâncias devem começar a rodar nos próximos dias. Pelo menos essa foi a previsão dada pelo coordenador-geral do Samu na cidade, médico Luís Gomes. Ele adiantou ainda que há a previsão do recebimento de mais três ambulâncias, para o primeiro semestre de 2014.
O SAMU NO BRASIL
De acordo com dados do Ministério da Saúde, atualmente existem 3.041 ambulâncias e 182 Centrais de Regulação em funcionamento e 72% da população contam com a cobertura do serviço. São aproximadamente 140 milhões de brasileiros atendidos em 2.660 municípios.
Neste período, o número de ambulâncias aumentou quase 10 vezes e a cobertura do serviço cresceu 440%. Há dez anos, eram 309 ambulâncias em funcionamento, atendendo cerca de 25 milhões de habitantes (13% da população). Já os recursos disponibilizados pelo Ministério da Saúde para custeio das ambulâncias e das Centrais de Regulação subiram mais de 880%, passando de R$ 90 milhões para mais de R$ 884 milhões por ano.
OS ESTADOS CONTEMPLADOS:
Bahia (59);
Pernambuco (53);
Goiás (45);
Minas Gerais (39);
Pará (36);
Rondônia (21);
São Paulo (21);
Paraíba (19);
Ceará (19);
Maranhão (10);
Paraná (8);
Rio de Janeiro (8);
Rio Grande do Sul (7);
Amazonas (5);
RIO GRANDE DO NORTE (5);
Santa Catarina (4);
Piauí (2);
Tocantins (2).
Jornal de Fato
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