A Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal apreenderam R$ 47 mil em dinheiro, muitas joias, veículos de luxo, helicóptero além de armas e muitos documentos cumprindo 23 mandados de busca e apreensão nas empresas de Edvaldo Fagundes de Albuquerque nos estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Ceará.
O débito do empresário Edvaldo Fagundes junto a União já ultrapassa a casa dos R$ 430 milhões, segundo informa a Receita Federal. Em junho passado, a Justiça Federal de Mossoró determinou o bloqueio do patrimônio do empresário, assim como de outras 28 pessoas (laranjas) e das 32 empresas na ordem de R$ 212 milhões.
Hoje, ‘Operação Salt’ (sal) da Polícia Federal teve como objetivo central combater crimes lavagem de dinheiro, tributários e formação de quadrilha. O principal alvo da investigação é o empresário mossoroense Edvaldo Fagundes, dono do Grupo Líder, composto por fábricas de plástico, postos de combustíveis, revendedoras de veículos, salinas, entre outros seguimentos.
O trabalho de investigação, que ainda não terminou (previsão é 17h desta terça-feira, 17), teve a frente o procurador da república Vitor Mariz, o delegado federal Rubens França, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Willo Marques, delegado da Receita Federal no Rio Grande do Norte. Os três concederam entrevista coletiva a imprensa em Mossoró.
Willo Marques disse que todo processo que resultou na ‘Operação Salt’, da Polícia Federal, começou em 2004. Na época a empresa de Edvaldo Fagundes foi autuada e multada em R$ 12 milhões. “Ele estranhamente não recorria das autuações e multas”, destaca Willo Marques, acrescentando que o patrimônio da empresa sumia logo em seguida.
Depois destas autuações, foram realizadas várias outras e sempre que a Receita Federal ia executar a cobrança do imposto, a empresa já estava ‘quebrada’. O delegado federal Rubens França explicou que a sistemática para sonegar os impostos era basicamente esta: operava com uma empresa com o nome limpo e lavava os recursos numa empresa ‘laranja’.
“É importante ressaltar que são mais de trinta empresas e todas elas nos nomes de outras pessoas, mas que tem a procuração para controlar todas são a mesma pessoa”, acrescenta Willo Marques, sem citar o nome do empresário Edvaldo Fagundes. Somando os débitos já consolidados e outros em andamento, Willon calcula rombo de R$ 430 milhões.
O procurador da república Vitor Mariz disse que todo o material apreendido será apresentado a Justiça Federal de Mossoró, na pessoa da juíza Emanuela Mendonça e depois aberto vistas para o Ministério Público Federal analisar e decidir quais ações penais ingressar contra os responsáveis pelos crimes de formação de quadrilha, crimes tributários e lavagem de dinheiro.
O delegado Federal Rubens França disse que a Operação Salt não é o ponto final da investigação. Segundo ele, vários eixos de investigação podem surgir nas análises dos documentos apreendidos e gerados novos inquéritos contra o empresário e outras pessoas ligadas a ele. “Durante o trabalho descobrimos que ele havia saído da casa dele e ido morar num prédio no Centro e estamos lá neste momento fazendo buscas”, diz o delegado.
O delegado da Receita Federal Willo Marques disse que não tem como calcular quanto dos R$ 430 milhões devidos foram recuperados.
Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão Mossoró, Catolé do Rocha, Grossos e Macau. Participaram da operação 90 policiais federais, 26 agentes da Receita Federal. Em Grossos, foram apreendidos documentos e um rifle na casa de um dos suspeitos de ser o contador do empresário Edvaldo Fagundes. Na casa de um 'laranja' das empresas de Edvaldo em Mossoró foi apreendido um revolver calibre 38. Os dois foram autuados em flagrante em Mossoró.
Em Mossoró foram apreendidos dois carros de luxo. Os outros 4 foram nas outras cidades. O Helicoptero foi recolhido em Natal. Na casa do empresário em Mossoró, os agentes não encontraram nada. Lá descobriram que ele havia se mudado para um apartamento, no Centro de Mossoró. Os agentes conseguiram uma ordem de Judicial e estão revistando este imóvel também. Ainda em Mossoró, foram apreendidos R$ 47 mil.
No final da tarde, a PF vai informar o balanço do material e bens apreendidos.
Jornal de Fato
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