O capitão do navio que afundou na Coreia do Sul tentou explicar, neste sábado, a decisão de atrasar a retirada dos passageiros da embarcação no momento do acidente. Sobreviventes e familiares das vítimas apontam a demora na evacuação como um fator determinante para o alto número de desaparecidos na tragédia, que presumivelmente ficaram presos dentro do navio, com chances mínimas de terem sobrevivido. O capitão Lee Joon-seok e a maioria dos 28 membros da tripulação abandonaram a embarcação antes do naufrágio.
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"Pensei que os passageiros seriam arrastados ao mar em caso de serem retirados precipitadamente", declarou Lee Joon-seok, de 69 anos, para as televisões sul-coreanas. O capitão foi preso na sexta-feira, junto com outros dois tripulantes, e enfrenta cinco acusações, incluindo negligência e violação do direito marítimo. Joon-seok argumentou que na região onde ocorreu o acidente, no sudoeste da Coreia do Sul, as águas são frias e apresentam ondas e fortes correntezas. Mesmo com os coletes salva-vidas, o comandante considerou que os passageiros estariam em “graves apuros” no mar.
Vítimas – Com a probabilidade cada vez menor de encontrar sobreviventes, o número de vítimas da tragédia pode chegar a trezentos. Segundo as últimas informações oficiais das autoridades sul-coreanas, 273 pessoas estão desaparecidas – até agora, 29 mortes foram confirmadas. Ao todo, 174 passageiros foram resgatados.
Neste sábado, mergulhadores que exploram o interior da embarcação submersa avistaram três corpos, mas ainda não conseguiram recuperá-los devido às fortes correntezas e às limitações do equipamento de respiração subaquática.
Em seu depoimento, o capitão do navio não conseguiu esclarecer as causas para o naufrágio. A barca Sewol afundou na quarta-feira, depois de inclinar na costa da Coreia do Sul. A embarcação seguia para a ilha turística de Jeju com 476 pessoas a bordo, a grande maioria estudantes de ensino médio que estavam de férias. Especialistas apontam duas hipóteses para o naufrágio: a colisão com uma rocha ou outro objeto submarino, ou um giro brusco no leme que teria deslocado os 180 veículos e 1.157 toneladas de carga, desequilibrando a embarcação.
(Com agência EFE)
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