Por César Santos
Coube ao professor e candidato a governador do RN Robério Paulino, do Psol, chutar o pau da barraca dos institutos de pesquisa do Estado e denunciar que essas instituições estão sempre a serviço de algum político ou grupo para manipular números.
Veja o que disse Paulino:
“Eu já falei que essas pesquisas são pesquisas manipuladas, suspeitas, porque ninguém tem controle sobre elas.”
A Consult, que tem ligação histórica com a ex-governadora e candidata ao Senado Wilma de Faria (PSB), é o alvo principal de Paulino.
Abre as aspas: Todo mundo sabe quem paga a Consult aqui no Estado, uma candidata muito conhecida que paga. E como disse Luciana Genro (candidata do Psol à presidência da República), quem paga banda escolhe música, quem paga pesquisa determina o resultado. Fecha aspas.
Ele, Paulino, foi mais além. Abre as aspas outra vez: Essas pesquisas são usadas no Estado para manipular a opinião pública. Como foi feito com Mineiro na eleição passada (2012, à Prefeitura de Natal); a dois dias da eleição ele tinha 10%, dois dias depois ele apareceu com 22%. Como isso é possível? Fecha aspas.
Tire o desconto da insatisfação do candidato do Psol com o seu desempenho na pesquisa Consult (1%) e veja que a denúncia é grave e deve ser, pelo menos, investigada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE-RN). Não cabe, aqui, julgar se Paulino diz a verdade ou não. Porém, é fato que há tempo que os institutos de pesquisas apresentam números distorcidos da verdade.
Os (mau) exemplos estão aí, aos montes, para respaldar, guardadas as devidas proporções, as palavras do candidato do Psol.
Nas eleições de 2012, em Mossoró, um pacote de pesquisas confirmava a eleição da candidata Larissa Rosado (PSB), inclusive, com uma margem confortável em relação aos outros candidatos. Abertas as urnas, a eleita foi Cláudia Regina (DEM). O resultado final mostrou números bem diferentes dos publicados pelos institutos.
Anteriormente, em 2010, dias antes do pleito, surgiu pesquisa apontando para segundo turno, quando Rosalba Ciarlini (DEM) caminhava para ser eleita em primeiro turno, o que foi confirmado pelas urnas.
Em 2006, no dia do voto, um instituto teve pesquisa publicada em jornais mostrando a vitória do senador Fernando Bezerra (PMDB) sobre Rosalba por mais de 160 mil votos. Abertas as urnas, Rosalba se elegeu senadora com maioria de mais de 10 mil votos sobre Bezerra.
Outros erros, graves, se repetiram em outras disputas eleitorais, levando à desconfiança de manipulação.
O curioso é que esses erros nunca foram alvo de investigação. Por isso, as acusações feitas pelo candidato Robério Paulino não podem ser desprezadas.
Fonte: De fato
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