quarta-feira, 20 de maio de 2015

Brasil e China firmam acordos que podem superar US$53 bi

Durante visita também foi anunciado a criação de fundo para infraestrutura no Brasil.
Da redação, Reuters, 
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasil e China anunciaram nesta terça-feira (19) um amplo conjunto de acordos de comércio, investimentos e cooperação financeira que pode superar os 53 bilhões de dólares, potencialmente assegurando um fluxo de capital importante no momento em que a economia brasileira busca se recuperar.

Durante a primeira visita do premiê chinês, Li Keqiang, à América Latina, também foi anunciada a criação de um fundo de 50 bilhões de dólares destinados à infraestrutura no Brasil, pela Caixa Econômica Federal e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês), confirmando reportagem da Reuters da semana passada.

Talvez o projeto mais importante a ser financiado pelo fundo será uma ferrovia transcontinental para ligar os oceanos Atlântico ao Pacífico, reduzindo o custo do frete de exportações para a China.

"A infraestrutura será beneficiada com um projeto de grande alcance para o Brasil, para a integração sul-americana via o Peru e para o comércio com a China", disse Dilma.

Os estudos de viabilidade da ferrovia devem ser apresentados aos governos do Brasil, Peru e China em maio de 2016, segundo o governo brasileiro.

Os acordos assinados, no que foi chamado de Plano de Ação Conjunta 2015-2021, vão da venda de jatos regionais da Embraer a novas linhas de crédito chinesas à Petrobras, passando pelo fim do embargo à carne brasileira pela China.

A injeção de capital da China não poderia vir em melhor momento para o Brasil, que está entrando em uma recessão e ainda ressente o fim do boom dos preços das commodities da década passada que impulsionou a demanda chinesa por suas principais exportações, como minério de ferro e soja.

Os investimentos em infraestrutura são a principal aposta da equipe do governo Dilma para retomar a atividade econômica. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter contração de 1,20 por cento em 2015, segundo boletim Focus do Banco Central, depois de ter apresentado variação positiva de 0,1 por cento no ano passado. 

Para a China, os acordos no Brasil representam uma oportunidade para suas empresas que buscam novas oportunidades de investimentos no exterior, à medida que a economia asiática desacelera.

Li disse que as empresas de construção e siderúrgicas chinesas estão prontas para ajudar em projetos de infraestrutura no Brasil para reduzir os custos do frete nas exportações de commodities.

No passado recente, porém, maciços investimentos prometidos pela China no Brasil acabaram em sua maioria por não se confirmar. No fim de 2013, menos de um terço dos investimentos de cerca de 70 bilhões de dólares prometidos pela China no Brasil de 2007 até aquele ano tinha sido executado, com o restante em compasso de espera ou cancelado.

Fonte: no minuto.com

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