terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Açudes têm menos de 50% da capacidade no NE

O estoque de água nos 320 açudes monitorados pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) já está abaixo da metade da capacidade dos reservatórios em todos os Estados do Nordeste, em média. Os dados coletados até 15 de janeiro deste ano pelo Serviço de Monitoramento do Dnocs apontam a Paraíba com 16 por cento. Na média, os açudes do Rio Grande do Norte acumulam 32%, Pernambuco com 13%, Piauí com 33% e os açudes do Ceará estão com 31 por cento da capacidade. Os de Sergipe estão com 34% e de Alagoas com 39%. O percentual médio de acumulação na Bahia é de 41%, no Maranhão de 45% e no Norte de Minas Gerais chega a 26%.

Em volume de água armazenado, o Ceará lidera com 5 bilhões de m³, seguido pelo Rio Grande do Norte com 999,5 milhões de m³; o Piauí com 484 milhões de m³; a Paraíba com 624 milhões de m³ e o Maranhão com 480 milhões de m³. A Bahia tem em estoque 471 milhões de m³; Pernambuco 226 milhões de m³; Alagoas 24 milhões de m³ e Minas Gerais com 2 milhões de m³.

O chefe do Serviço de Monitoramento dos Reservatórios do Dnocs, André Mavignier, observa que as chuvas da pré-estação até agora não garantiram nem uma pequena recarga dos açudes. Segundo ele, a situação no Ceará, que depende exclusivamente dos açudes, não é boa. Como exemplo, cita que o açude Castanhão está com menor nível desde que encheu em janeiro de 2004, hoje com 2,6 bilhões - 39 por cento da sua capacidade.

A queda do nível em 58 açudes do Nordeste já chegou ao que é considerado volume morto. O maior número nesta situação - 17 reservatórios - fica no Ceará; 15 estão no Rio Grande do Norte; 10 na Paraíba; 6 no Piauí; 4 em Sergipe; 3 em Minas Gerais e 1 em Alagoas, Bahia e Pernambuco.

Um dos açudes do Ceará em volume morto é o Pentecoste, no município de mesmo nome, que conserva apenas 5% da sua capacidade de 360 milhões de m³. A situação verificada no açude Pentecoste é pior do que a registrada nas secas de 1979 a 1983; de 1992 e 1999, assinala André Mavignier. "Os açudes precisam de uma quadra chuvosa que possibilite recarga e chuvas para o pasto e a agricultura", disse ele.

Na região Sul do Ceará, o açude Umari conserva apenas 7% da sua capacidade de 28,7 milhões m³. É o nível mais baixo de acumulação desde 1992. "A esperança é que comece a chover mais pesado no Ceará", afirma André Mavignier, que aguarda o anúncio da estação chuvosa de 2014 agendado para a amanhã (dia 21 de janeiro), pela Funceme, às 18h, no Hotel Luzeiros.

Na bacia do rio Curu o açude General Sampaio, de 30 milhões de m³, conserva apenas 9 por cento da capacidade; o açude Farias de Sousa, de 12 milhões de m³, está com 2 por cento do estoque e o Tejussuoca, de 28 milhões de m³, mantém 4 por cento da reserva. Foi reduzido a 1 por cento do estoque de água do açude Trici, de 16,5 milhões de m³, e o Várzea do Boi, de 51,9 milhões, também baixou para 1 por cento. Ambos ficam na bacia do Alto Jaguaribe, onde o Orós mantém 50% do estoque, hoje com 970 milhões de m³; o Banabuiú está com 54 por cento - 380 milhões de m³ - e, o Trussu permanece com 179 milhões de m³ - 60 por cento da capacidade. Na bacia do Banabuiú, o açude Quixeramobim conserva 34,8 milhões de m³, 65 por cento da capacidade.

Gazeta do Oeste

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