segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Petrobras deverá deixar de investir mais de R$ 1 bi no RN até 2017

NATHAN FIGUEIREDO - Da Redação

Nos últimos dois anos em Mossoró, as empresas prestadoras de serviços da Petrobras demitiram mais de dois mil trabalhadores, a taxa de ocupações dos hotéis caiu 55% e baixas semelhantes foram homologadas na construção civil, em serviços de limpeza e motorista, e as perspectivas de curto prazo são sombrias.

De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (SINDIPETRO-RN), a estatal pode deixar de investir R$ 1 bilhão nos próximos três anos no Estado.

O novo plano plurianual 2014-2017, que deve ser aprovado em março, prevê, ainda segundo o sindicato, investimentos de apenas R$ 450 milhões em 2017, frente R$ 1,4 bilhão investidos em 2013 e também previstos para 2014.

Isso tudo faz parte do Programa de Otimização de Custos Operacionais (PROCOP) da Petrobras, no qual a companhia disse ter
decidido parar sondas terrestres e operações na Bahia, no norte do Espírito Santo e no já combalido Rio Grande do Norte.
De acordo com o Sindipetro-RN, “a retração de investimentos está levando uma desmobilização do setor privado, que está demitindo”. A entidade diz que, a despeito das promessas feitas para o Estado potiguar, continua clara a política de contenção de recursos na área por aqui para, como já é notório, concentrar esforços no pré-sal.

Como se não bastasse, na última sexta-feira, 17, um informativo da Petrobras anunciou ter aprovação de um plano de demissão coletiva que visa “contribuir para o alcance de metas de desempenho da empresa”.

Poderão aderir ao plano todos os funcionários com idade igual ou superior a 55 anos. A petroleira não detalhou quantos empregados estão nessa faixa etária nem o número de desligamentos que pretende alcançar. Mas, no RN, os resultados desse programa podem ser ainda mais catastróficos.
“Aqui no Estado há uma deficiência de mil trabalhadores, que estão sobrecarregados. Eles estão tentando, a todo custo, fazer as pessoas saírem. É uma contradição. Como é que eu preciso de mais trabalhadores e demito? E a Petrobras está jogando pessoal na rua sem recompor efetivo”, disse o presidente José Araújo, do Sindipetro-RN.

Em resposta à imprensa potiguar, a estatal tem dito sempre que está passando por um momento de ajustes e que não sairá do Estado. Especialistas do setor apontam que é “natural” buscar o pré-sal, incomparavelmente maior e mais rentável que os recursos potiguares.

Mas a situação de empregados do setor, especialmente das terceirizadas, é crítica. Exemplos em Mossoró de pessoas recentemente desempregadas como conseqüência dessa derrocada são fáceis de encontrar.

“Eu pedi rescisão, porque estava com salário atrasado havia dois meses. Para mim, só por não trabalhar de graça, está bom”, contou o petroleiro Cícero Diego. Segundo ele, companheiros seus fizeram a mesma coisa e apenas alguns poucos conseguiram outra ocupação na área.

De fato

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