sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

REFORMA: Presidente confirma trocas em ministérios

Posse está prevista para segunda-feira. Outros sete ministros devem deixar seus postos para se candidatar

Brasília A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem a terceira de suas reformas ministeriais. Aloizio Mercadante, Arthur Chioro, José Henrique Paim, assumirão respectivamente Casa Civil, Ministério da Saúde e Ministério da Educação.

Aloizio Mercadante, Arthur Chioro e José Henrique Paim assumirão, respectivamente, a Casa Civil, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação. Outros sete ministérios devem ser alterados Fotos: agência brasil, folhapress e miguel portela

A posse está prevista para a próxima segunda (3), na parte da manhã, no Palácio do Planalto. Já as transmissões de cargo serão feitas em cada um dos ministérios no mesmo dia, à tarde.

Ao menos outros sete ministros atualmente no governo também devem deixar seus postos para se candidatar. São eles: Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Antônio Andrade (Agricultura), Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Gastão Vieira (Turismo) e Marcelo Crivella (Pesca).

Essa segunda etapa da reforma ministerial, que deve reacomodar no Executivo os partidos que compõem a base de apoio ao governo Dilma, deverá ser anunciada posteriormente. A petista tem sofrido pressão de partidos da base, em especial do PMDB.

Há também expectativa de troca do comando da Secretaria de Relações Institucionais, ocupada atualmente por Ideli Salvatti, responsável pela articulação política com o Congresso. Segundo fontes do Planalto, outra mudança deve ocorrer na Secretaria de Comunicação Social, com a substituição da ministra Helena Chagas, atual titular da Comunicação Social pelo atual porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann.

Novo comando

Aloizio Mercadante, que era o titular da Educação, já vem despachando no Palácio do Planalto desde a semana passada. Ele substituirá a ministra Gleisi Hoffmann, que sairá candidata ao governo do Paraná pelo Partido dos Trabalhadores neste ano.

Na saída de Mercadante, o Ministério da Educação (MEC) definiu em 2014 um reajuste de 8,32% no piso nacional dos professores da educação básica e causou atrito com a categoria. Paim, que era secretário-executivo do MEC, assumirá o posto deixado pelo petista.

No lugar de Alexandre Padilha na Saúde, ficará Chioro, atual secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (SP). Padilha, por sua vez, será o candidato do PT ao governo de São Paulo.

Chioro é alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo por improbidade administrativa. Chioro afirmou que não vê "nenhuma irregularidade" em ser sócio de uma consultoria que atua na área da saúde ao mesmo tempo que ocupa o cargo de secretário municipal da Saúde em São Bernardo do Campo (SP), mas pediu afastamento da empresa e cedeu as ações para sua mulher, Roseli Regis dos Reis.

Repercussão

O início das mudanças na equipe ministerial da presidente Dilma Rousseff ontem causou repercussão entre os líderes dos partidos no Congresso Nacional.

O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (PT), disse que a primeira parte da reforma no primeiro escalão do governo coloca as "pessoas certas nos lugares certos". "Mercadante na Casa Civil é um grande político, uma cabeça política de gestor. O Chioro na Saúde tem experiência acumulada da gestão em São Bernardo do Campo. E o Paim já era uma chave pensante no Ministério da Educação", pontuou.

Já o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), disse que as trocas representam "uma ação entre amigos" e que não vê "nenhum brilho especial" entre os indicados. "É uma montagem de governo que se confunde com uma ação entre amigos. É sabido que o ministério da presidente não tem nenhum brilho".

Diário do Nordeste

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