O volume de água nos aquíferos Jandaíra (60 a 80 metros) e Açu (120 a 150 metros) está se exaurindo na região da chapada do Apodi, que engloba parte do Rio Grande do Norte e do Estado do Ceará, comprometendo principalmente a fruticultura irrigada.
O colapson nos dois aquíferos foi notícia do Globo Rural deste domingo, 21.
Sem água, grandes plantações de bananeira, melão, maracujá, mandioca, cebola, manga, milho, entre outros produtos, estão se perdendo. Alguns já não existem mais. É o caso das plantações de Leonardo Moura, no município de Baraúna, que parou de produzir.
Leonardo Moura disse que muitos produtores estão rebaixando as bombas, ou seja, perfurando mais os poços para tentar encontrar água em profundidade maiores, mas mesmo assim não estão mais conseguindo água. Os poços dele eram de 60 metros e agora nem com 100 metros tem água.
Em colapso, mais de 50% dos produtores em Baraúna já estão com suas produções comprometidas, especialmente aqueles que precisam de mais água em suas plantações, como é o caso dos produtores de banana.
Além dos pequenos, os grandes produtores também estão reduzindo a produção em função da falta de água no subsolo do Rio Grande do Norte e do Ceará. A Agricola, só numa fazenda no município de Icapuí, está deixando de exportar 500 mil toneladas de melão por mês.
O produtor Luiz Roberto Barcelos, representante da entidade formada pelos produtores da região Oeste do Rio Grande do Norte e parte do Ceará, disse que em função da redução de água nos aquíferos a produção deve ter reduzido em até 50%.
O Instituto de Águas do Rio Grande do Norte informou que os produtores da Chapada do Apodi precisam se conscientizar e ter melhor controle do consumo de água. O IGARN monitora cerca de 600 poços e existe pelo menos 1400, ou seja, também não existe controle do Estado.
Para os especialistas, como Klinger Simões Dantas, não existe outra solução diferente de um bom inverno para melhorar o quadro. Ele lembra que esta não é a primeira vez que os aquíferos Jandaíra e Açu ameaçaram secar. Da primeira vez (2003) foi sucedido de um bom inverno nos anos seguintes.
Simões lembra que os poços da região da Chapada do Apodi começaram a apresentar problemas novamente desde 2010. No ano seguinte já havia poços secando e a produção de alguns pequenos produtores começou a se perder. O quadro piorou a partir de 2012.
Em 2014, Klinger Simões observa a situação como crítica e espera um bom inverno em 2015 para não levar uma situação de colapso total na região. “Só tem água que tem recursos para perfurar pelo menos 600 metros e dinheiro para pagar a manutenção deste poço”, diz.
O grupo do que especialista representa na região Limoeiro do Norte, no Ceará, já deixou de investir este ano para o próximo ano cerca de R$ 10 milhões. Parte dos investimentos, como a instalação de dois pivôs e a compra de outros, já havia sido feito.
Os grupos estão optando por transferir seus negócios para estados da região norte.
De Fato
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