Ministro da Previdência afirma que peemedebistas farão, na Assembleia, uma “oposição sem radicalismos”
Alex Viana
Repórter de Política
Restando onze dias para o fim do atual mandato de governador do Rio Grande do Norte, ex-aliado de Rosalba, o ministro da Previdência, Garibaldi Filho, disse lamentar que sua antiga parceria política não tenha feito um bom governo. Provocado pela reportagem, ele preferiu não crucificar a adversária. Pelo contrário: enalteceu pontos do governo do DEM, como a conquista do programa “RN Sustentável”, que favorecerá, segundo ele, o início da gestão Robinson.
“Eu fui um aliado de Rosalba. Não quero de maneira nenhuma contribuir para a penalização ou o julgamento mais desfavorável do seu governo”, disse o ministro, ao ser instado a falar sobre o atraso nos salários, principal marca administrativa (negativa) de Rosalba na metade final do seu mandato.
Segundo Garibaldi, o papel de cobranças políticas ao governo estadual, desde que ele passou à oposição, em agosto de 2013, foi exercido. No entanto, sua linha de conduta política pessoal nunca foi de radicalismo ou exacerbamento. “O que nós tinhamos de cobrar de Rosalba, nós já cobramos. Como eu sempre cobrei, sem maiores exarcebamentos. Porque eu não sou de fazer cobranças desse tipo, dessa conotação”, frisou.
ASPECTOS
Para o ministro, num balanço dos dias de hoje, é possível afirmar que o governo Rosalba não foi de todo ruim. Segundo ele, alguns aspectos do governo Rosalba merecem as luzes do reconhecimento, como o não endividamento do Tesouro Estadual e o empréstimo de 540 milhões de dólares ao Banco Mundial, dentro do programa estatal denominado “RN Sustentável”.
“Eu lamento que ela não tenha cumprido as promessas de campanha, mas, também não vamos dizer que ela não contribuiu em alguns aspectos. Pelo menos não endividou o Estado. Pelo contrário, deixou até alguns programas frutos de empréstimos para serem executados pelo novo governo”, disse o ministro.
Ministro fala em renovação e reestruturação do PMDB no Estado
Novos quadros para novas lutas políticas. Após a derrota para o governo do Estado, o PMDB do Rio Grande do Norte deverá se renovar e se reestruturar. É isso que pensa o ministro da Previdência, Garibaldi Filho. Na avaliação dele, o partido deve se preparar para novas lutas. “Aluízio Alves, que foi sempre um grande líder, o nosso grande líder, dizia: ‘a luta continua’. A luta vai continuar”, afirmou.
Instado a falar sobre o futuro do PMDB, Garibaldi disse que o partido deve se preparar. Ele reconhece a derrota do presidente da Câmara como “um resultado inesperado”, mas realça a manutenção da bancada na Assembleia Legislativa, com cinco parlamentares, e a eleição de “apenas um deputado” para a Câmara Federal, em função da “união de forças” que ensejou um número menor de candidaturas peemedebistas a cargos proporcionais.
“É se preparar. O PMDB teve agora um resultado inesperado com relação à disputa pelo governo do Estado. Com relação à bancada na Assembleia Legislativa, manteve a bancada. Na Câmara Federal, elegeu apenas um deputado. Em função da própria união de forças, o PMDB deixou de ter outros candidatos nas eleições proporcionais”, avaliou Garibaldi.
Entretanto, segundo o ministro, o partido está de pé. “Caberá a nós que temos uma representação na Câmara Federal, no Senado, que é o meu caso agora, na Assembleia Legislativa, ao deputado Henrique, que, esperamos, vai continuar no cenário nacional… vai caber a nós continuarmos a ser fiéis ao grande legado desse partido, que no plano nacional nos lembra a performance de defesa da democracia, frente Ulysses Guimarães”, destacou.
No estado, Garibaldi, Henrique “e tantos outros”, segundo o ministro, sempre se constituíram em defensores do programa e da mensagem do PMDB. “Nós temos confiança de que as novas gerações estão aí e virão e nós temos que renovar o partido, temos que reestruturá-lo e levá-lo a novas vitórias”, afirmou.
Otimista em relação ao futuro do PMDB no Estado, Garibaldi reforçou que as vitórias obtidas pelo PMDB em 2014, sobretudo a de Walter Alves para a Câmara federal e a dos demais vencedores do PMDB na Assembleia Legislativa, ensejarão novas vitórias no futuro. “Eu acredito que vamos levar o PMDB a novas vitórias. Tivemos a vitória de Walter na Câmara Federal e vamos à luta”, finalizou.
Garibaldi avisa que o PMDB vai vigiar os “equívocos do Governo Robinson Faria”
O ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), ressaltou que o PMDB, após a derrota nas urnas na eleição para o governo do Estado este ano, praticará uma oposição sem radicalismo ao futuro governo. Mas estará atento e vigilante “para dar a César, o que é de César”. Ou seja, ao governador Robinson Faria (PSD) o que merecer pelo exercício do cargo que desempenhará a partir de 1º de janeiro.
“Vamos aguardar. Na Assembleia Legisaltiva, onde vai se travar a luta entre oposição e governo, nós vamos fazer, acredito, pela nossa bancada, uma oposição que venha a dar a César o que é de César, como diz o Evangelho, que venha a dar a Robinson o que é de Robinson, não procurando realmente radicalizar, mas atenta e vigilante, essa bancada, aos erros e aos equívocos que ele venha cometer”, afirmou.
A expectativa de Garibaldi, quanto ao futuro governo, é que possa acertar. Em verdade, segundo o ministro, devido à situação do Estado, Robinson Faria não terá margem para erros. “Minha expectativa é que ele possa acertar, porque ele não pode errar. Na verdade, a situação é tão difícil que isso vai ser exigido dele”, frisou o peemedebista, destacando que as dificuldades do Estado são inúmeras, e que, até mesmo montar uma boa equipe de auxiliares não é tarefa fácil. “Primeiro que ele constitua uma equipe que possa efetivamente ajudá-lo e nós sabemos que isso não está sendo fácil, acredito, até pelas notícias que se tem”, frisou o ministro.
Outro grande desafio do novo governo, segundo o ministro da Previdência, é começar a cumprir com o dever elementar de pagamento da folha salarial dos seus funcionários e servidores públicos. “O novo governador está aí diante de um desafio muito grande”, afirmou, ressaltando a necessidade de se atuar para melhorar o atual momento de dificuldade por que passa o Estado. “E só nos resta dizer que vamos aguardar e vamos lutar por um RN melhor de que o que nós estamos vendo hoje, com relação ao cenário de hoje”, afirmou.
POLÍTICA
De provável aliado a adversário político. É assim que a política do Rio Grande do Norte tratou de posicionar os líderes Garibaldi Filho, ex-governador do Estado por duas vezes, ex-prefeito de Natal, atual senador da República licenciado para ocupar a função de ministro de Estado, e o governador eleito Robinson Faria.
Juntos como aliados e parceiros do governo Rosalba Ciarlini (DEM), juntos na oposição a este mesmo governo no final do mandato, chegaram a conversar sobre aliança eleitoral para as eleições de 2014, em que o PMDB indicaria o deputado estadual Walter Alves (PMDB) para ser vice de Robinson, mas o ministro já havia se comprometido com a candidatura do primo, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves.
Como Robinson não abriu mão, “obstinadamente” para uns, “ansiosamente” para outros, de disputar o governo, batalhou eleitoralmente contra Henrique, o candidato de Garibaldi, e venceu o pleito. A partir de janeiro de 2015, Robinson sairá da condição de oposição em que se encontrava ao lado de Garibaldi para a de governo, desta feita ocupando a principal função, a de governador. E, a Garibaldi, restará o papel que as urnas lhe delegaram: continuar na oposição. Desta feita, não mais a Rosalba Ciarlini, mas a Robinson Faria.
O Jornal de Hoje
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