sábado, 23 de fevereiro de 2013

Base aliada terá reunião para discutir rumos do governo

Depois das críticas feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, sobre distanciamento do Governo Rosalba Ciarlini em relação aos aliados, os líderes e presidentes dos partidos políticos da base governista e a chefe do Executivo terão um encontro na próxima segunda-feira. A reunião ocorrerá na residência oficial da Presidência da Câmara. Em pauta. a eleição de 2014 e os descontentamentos dos aliados com o Governo. Ontem, as críticas feitas pelo deputado ganharam respaldo entre os líderes de partidos governistas.

Ricardo Stuckert
Henrique Eduardo Alves cumprimenta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a reunião

O senador José Agripino Maia analisou como "normal" as declarações do peemedebista. "As afirmações do deputado é de quem deseja participar, é uma colocação de quem quer contribuir, ajudar na viabilização de um governo, na manutenção da aliança", observou. Para o presidente nacional do DEM as manifestações do peemedebista são "construtivas". Já o presidente estadual do PR, o deputado federal João Maia, disse que concorda com as afirmações do deputado federal Henrique Eduardo Alves. "O Governo precisa estreitar os laços com seus aliados e, principalmente, é preciso abrir mais profundamente a própria administração do Estado", avaliou.

João Maia ressaltou que não tem divergência sobre o que afirma o deputado do PMDB. "O Governo precisa estreitar os laços e não é uma questão apenas de vontade, percebo que mesmo quando o Governo tem vontade de realizar, as decisões não chegam na ponta, não chegam ao cliente final que é o povo", analisou o presidente estadual do PR. Segundo ele, há duas missões dos aliados governistas: estreitar a aliança e fazer com que a gestão flua. "Hoje o Governo está travado", completou.

Na edição de ontem da TRIBUNA DO NORTE, o deputado federal Henrique Eduardo Alves se mostrou cauteloso ao movimento da governadora Rosalba Ciarlini de ampliar os espaços do PMDB como forma de consolidar a aliança do partido com a ala governista. Ele ratificou as críticas de isolamento do Executivo e afirmou que o problema não está com os peemedebistas, mas é necessário discutir a relação com toda base de apoio. 

"Não adianta ter conversa com o PMDB, a insatisfação é generalizada. Todo governo tem um grupo político de apoio, de sustentação, que discute estratégias, faz críticas, reformulações. Não vejo o grupo político em torno de Rosalba", disse o deputado federal. Ele analisou que o grupo político traria uma discussão conjunta sobre projetos e ideias a médio e longo prazo.

Para Henrique Eduardo Alves, que ontem esteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de nada adiantaria o Governo buscar apenas o PMDB para conversar. "A reunião teria que ser com o grupo político que ainda apoia o seu governo (de Rosalba Ciarlini), para ver se é possível mudar de cara, tornar-se resultado de um trabalho coletivo, ajudar, dar sua colaboração", destacou. 

Lula teve curiosidade sobre os projetos do RN

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, afirmou que, no encontro de ontem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a conversa foi sobre "presente e futuro". As ser indagado se tinha tratado sobre política estadual, Henrique Eduardo disse que o ex-presidente teve "apenas curiosidades em saber sobre nossos projetos". 

Segundo Henrique Eduardo, o encontro foi uma cortesia depois que ele recebeu os parabéns do petista, logo após a eleição para a Presidência da Câmara.

Henrique Eduardo explicou que procurou o ex-presidente para retribuir o gesto e o petista sugeriu a reunião no Instituto Lula, com sede em São Paulo. 

As atividades do Instituto Cidadania, também conhecido como Instituto Lula, começaram ainda no início dos anos 90. Mas a entidade conseguiu mais visibilidade depois que Lula deixou a presidência da República, em 2011. 

Lula tem reunião com Henrique Eduardo

Durante a reunião de quase duas horas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ao deputado federal Henrique Eduardo Alves que apoia a permanência de Michel Temer como candidato a vice-presidente na chapa com a presidenta Dilma Rousseff. O encontro do ex-presidente com Henrique Eduardo ocorreu na sede do Instituto Lula, em São Paulo. Na saída da reunião, o peemedebista destacou que a relação Dilma-Temer é "consolidada". "Resolvida, e senti claramente isso hoje na posição e nas palavras do presidente Lula", disse o deputado Henrique Eduardo Alves. 

Ele ressaltou que é natural a manutenção da aliança pelo "êxito" da parceria. "Ele (Lula) foi muito afirmativo de que essa aliança, por seu êxito, deve continuar", enfatizou. Henrique Eduardo ressaltou que Lula vê com "bons olhos" a continuidade dessa aliança e que as pesquisas mostram aprovação popular do atual governo.

Após um encontro de quase duas horas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que o petista apoia a manutenção do vice-presidente Michel Temer na chapa para a reeleição de Dilma Rousseff em 2014. "A relação Dilma-Temer é uma coisa, a meu ver, consolidada, resolvida, e senti claramente isso hoje na posição e nas palavras do presidente Lula", declarou Alves.

O deputado afirmou que Lula deverá se reunir com Michel Temer nos próximos dias. "Ele revelou um imenso apreço, um carinho muito grande pelo vice Temer. Ele deixou muito claro que essa relação PT-PMDB tem tudo para continuar", acrescentou.

Sobre o espaço que seria dado ao PSB de Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, Alves afirmou que a sigla continuará sendo importante para a aliança. "Nós queremos muito o PSB e o governador Eduardo Campos. Eles já participam do governo Dilma", respondeu.

Segundo o presidente da Câmara, a questão da cassação dos deputados condenados no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não foi abordada no encontro desta tarde. O peemedebista reafirmou que o tema não colocará a Câmara dos Deputados em oposição à decisão do Supremo em relação à perda de mandato dos parlamentares. "Não há a menor possibilidade de confronto entre os Poderes (Legislativo e Judiciário)", disse.

TRIBUNA DO NORTE

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