quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Empresas do RN têm 2º pior desempenho do país

As empresas do setor de serviços do Rio Grande do Norte fecharam o primeiro semestre do ano com o segundo menor crescimento do país em termos de receita nominal. O Piauí foi o estado que registrou o menor crescimento em todo o Brasil. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal dos Serviços - inédita até então - e foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostra que enquanto a receita nominal das empresas de serviços subiu 8,3% no país, no Rio Grande do Norte o crescimento não ultrapassou os 4%. Enquanto isso, estados como o Ceará registraram crescimento quase cinco vezes superior ao do RN: +15,3% no mesmo período. Para Aldemir Freire, economista e chefe do IBGE no RN, a razão para o desempenho abaixo da média é clara. “O estado fechou o primeiro semestre com desaceleração na geração de emprego, alta na inflação de alimentos, queda nas exportações e na produção agropecuária e desaceleração do fluxo de turistas. A pesquisa apenas reflete essa conjuntura e reforça que o estado está crescendo num ritmo mais lento”, analisa.
 
Adriano Abreu
 Aldemir Freire: RN fechou primeiro semestre com desaceleração no fluxo de turismo, queda nas exportações e na produção agrícola
Embora o ritmo de crescimento da receita nominal das empresas de Serviços tenha acelerado em junho no RN – quando o percentual chegou a 6,1% - Aldemir afirma que ainda é cedo para prever o comportamento das receitas ao longo do ano. “Trata-se, de fato, de um sinal positivo. Mas não podemos afirmar ainda se a aceleração continuará ou se haverá uma acomodação”.

“O último semestre do ano geralmente é mais aquecido. Talvez o setor de serviços acompanhe esse movimento e a receita nominal das empresas cresça mais do que cresceu no primeiro semestre. Mas ainda é cedo, porém, para fazer esse tipo de previsão”, completou.

O economista ressalta que ‘como a pesquisa acabou de sair, o IBGE ainda precisa se acostumar com a dinâmica do setor’, mas que “ficou nítido que o primeiro semestre foi de baixa atividade para o segmento de serviços”, que engloba uma série de estabelecimentos, entre eles os hotéis e restaurantes.

Segundo Aldemir Freire, o setor permaneceu aquecido até janeiro de 2013. Depois disso, desaqueceu, como outras atividades. Procurada para comentar o resultado do setor, a Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo no estado afirmou, através da assessoria de comunicação, que discutirá os resultados da pesquisa com os técnicos do IBGE no RN. O empresariado, ao contrário do constatado na pesquisa, tem a impressão de que o setor cresceu mais no período, apesar do cenário. Matéria publicada pela TRIBUNA DO NORTE em 28 de julho já relatava que a economia do Rio Grande do Norte havia fechado o primeiro semestre do ano em baixa.

Metodologia

A PMS monitora as empresas de serviços com 20 ou mais pessoas ocupadas. A amostra da pesquisa é de quase 9,5 mil empresas, distribuídas em todos os Estados e no Distrito Federal. Para os Estados da região Norte, são incluídas apenas as firmas sediadas nos municípios das capitais - com exceção do Pará, onde são consideradas também as dos municípios da região metropolitana de Belém. Assim como as demais pesquisas do IBGE, a PMS estará no Sistema de Recuperação de Dados Agregados (Sidra), que permite a construção de tabelas de acordo com informações selecionadas pelo próprio usuário.

Atualmente, o peso do setor de serviços é de 67,5% do valor adicionado bruto (renda gerada pela atividade econômica) do Produto Interno Bruto (PIB) e de 62,1% dos postos de trabalho. No entanto, a PMS abrange 36,5% do valor adicionado bruto e 34,6% dos postos de trabalho, segundo o IBGE. Ficam de fora serviços financeiros e de seguros, administração pública, serviços de saúde, serviços de educação, assistência social e serviços sem fins lucrativos.

Os primeiros debates surgiram com discrepâncias entre estimativas de analistas e os dados apresentados pelo IBGE para o PIB - um dos primeiros objetos de polêmica foram os serviços de intermediação financeira, que não são captados pela PMS.
 
 
TRIBUNA DO NORTE

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