Faltando cinco meses para a Copa do Mundo, o Aeroporto Pinto Martins vem enfrentando problemas com atrasos e cancelamentos de voos, levando os passageiros até a dormirem no chão. A situação foi agravada na quinta-feira pela paralisação das obras de reforma e ampliação.
Atrasos de até mais de duas horas obrigaram passageiros a dormirem no chão do aeroporto na última quinta-feira Foto: José Maria Melo
Na quinta-feira passada (16), os voos da empresa TAM de número 3882, com destino a Brasília, e 3322, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, apresentaram atrasos de 2h11 e 1h12, respectivamente. Por conta disso, muitos passageiros tiveram que dormir nas cadeiras e até no chão do Aeroporto de Fortaleza. Ontem, outros dois voos (3515 e 3516) da TAM, ambos com destino a Belém (PA), foram cancelados.
Outro incidente foi registrado no Pinto Martins na última quinta-feira. Desta vez, envolvendo uma aeronave da companhia aérea TAP. Por causa de um problema na turbina, a empresa fez pouso de emergência na Capital. Os passageiros tiveram que permanecer três horas na aeronave sem informações sobre o pouso. E sem ar-condicionado, conforme o esclareceu o comandante, em decorrência de um problema de pressurização da cabine.
Os problemas no Aeroporto Pinto Martins são recorrentes. Em 11 de janeiro deste ano, o atraso em um voo de Fortaleza para Belém gerou tumulto. Dezenas de passageiros ficaram sem informações precisas da TAM, que decidiu não operar no Aeroporto Internacional de Belém por acúmulo de lâminas d´água ou pista severamente molhada, o que, conforme esclareceu na época, teria impactado em alguns voos com origem e destino para aquele aeroporto.
Desassistidos, os passageiros reclamaram da falta de suporte da companhia aos clientes, que precisaram pernoitar no Aeroporto de Fortaleza sem a devida acomodação que deveria ter sido oferecida pela companhia aérea, direito assegurado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aos passageiros que tiverem voos cancelados.
O Diário do Nordeste tentou contatar a empresa aérea TAM através da assessoria de comunicação, mas as ligações não foram atendidas.
No dia 9 de outubro do ano passado, conforme o Diário do Nordeste publicou, o Aeroporto Pinto Martins ficou por duas horas e meia sem energia elétrica. Um gerador trabalhou apenas para os serviços essenciais, segundo informou a Empresa Brasileira de Estrutura Aeroportuária (Infraero) na época. De acordo com o órgão, "o desligamento foi programado em virtude das obras de ampliação do Aeroporto". Em maio de 2012, o equipamento ficou sem energia por, pelo menos, 24 horas.
Paralisação
Os problemas são agravados pela paralisação das obras desde a última quinta-feira. Archimedes Fortes, coordenador de sindicalização do Sindicato da Construção Civil Pesada do Ceará (Sintepav), afirma que o canteiro de obra está parado devido ao descumprimento de acordo coletivo, em cláusulas como pagamento de salários, cestas básicas, rescisões contratuais e desvio de função. "Pela forma como eles tratam os trabalhadores, com certeza a obra não termina em 2014", avisa o sindicalista.
A paralisação deve continuar pelo menos até a próxima segunda-feira (20), quando está marcada a próxima assembleia da categoria. Por telefone, a atendente do Consórcio CPM Novo Fortaleza, responsável pelas obras, afirmou que foi orientada a dizer que a empresa não tem nenhuma informação para passar à imprensa.
As intervenções - reforma e ampliação do terminal de passageiros, pátio de aeronaves e adequação do sistema viário - tiveram início em junho de 2012, com previsão de término em março deste ano. A obra está orçada em R$ 311,3 milhões. Segundo a Infraero, parte dos serviços já foi finalizada, como a ampliação do pátio de aeronaves.
Diário do Nordeste
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