Felipe Gurgel - Repórter de Esportes
Assim como o famoso programa de televisão, exibido recentemente, quando o apresentador dava ao vencedor o prêmio de R$ 1 milhão, a Copa do Nordeste vai pelo mesmo caminho. De acordo com Eduardo Rocha, presidente da Liga de Futebol do Nordeste, o time que for campeão da próxima edição da disputa, marcado para começar em janeiro de 2013, pode levar a premiação milionária. "Somando tudo: renda, cota de televisionamento e cota fixa, quem for campeão deve receber um pouco mais de R$ 1 milhão por ter participado da Copa do Nordeste. Uma bela quantia para clubes que, com raríssimas exceções, conseguem patrocínios desse valor, aqui na nossa região", disse Rocha.
Aldair Dantas
Eduardo Rocha, presidente da Liga do Nordeste,
se mostra confiante com o crescimento da Copa,
que entrou em definitivo no calendário da CBF
e está garantida até 2022
Fora esse valor que vai ser dado ao campeão, os clubes, antes do início da disputa, devem receber algum adiantamento, para aliviar suas folhas salariais na pré-temporada. Mas, essa quantia ainda não foi definida e só deve ser revelada no lançamento oficial da Copa do Nordeste 2013, que vai acontecer na próxima sexta-feira, dia 13 de setembro, em solenidade realizada em Fortaleza/CE.
O presidente da Liga explicou como serão divididos os valores entre os clubes. De todo o montante arrecado de patrocínios, tirando impostos e tributos, 47,5% serão repassados, de forma igualitária, entre os 16 participantes da edição 2013 do campeonato. Outros 22,5% vão ser divididos entre os 10 melhores classificados na primeira fase, sendo que esse valor será repartido por mérito. "O primeiro colocado recebe mais que o segundo e assim por diante", explicou Eduardo Rocha.
Mais 30% do valor arrecadado, serão destinados ao pagamento das cotas de televisionamento dos jogos. Nesse caso, quem tiver mais partidas transmitidas pela televisão, vai receber mais.
Além disso, a Liga do Nordeste vai bancar os custos de passagens, seja aérea ou terrestre, hospedagem, em hotéis de nível da série B do Brasileiro, toda taxa de arbitragem e também vai doar, a todas as equipes, cerca de 100 bolas que serão usadas na competição, para os jogadores se acostumarem durante os treinamentos.
"Esse dinheiro que vai ser distribuído pela Copa do Nordeste, é abençoado. Se, para alguns clubes esse valor não é tão significativo, para a grande maioria vai ser um alívio. Queremos, com o passar do tempo, que a Copa do Nordeste se fortaleça ainda mais, para que os times da nossa região possam brigar, senão de igual para igual com as equipes do sul, que pelo menos possam medir forças com eles. Essa é a nossa meta, esperança e estamos fazendo um planejamento estratégico para que isso aconteça em pouco tempo", afirmou o presidente da Liga.
Outro ponto positivo para os clubes é o fato de que, a renda dos jogos vai ser, em sua totalidade, repassada ao mandate da partida. Com confrontos da primeira fase serão em sistema de ida e volta, os times vão poder contar com o dinheiro das rendas. "A Copa do Nordeste, sem sombra de dúvidas, é a competição mais democrática do Brasil. Todos os clubes recebem o mesmo valor da Liga, todos jogam a mesma quantidade de jogos em casa e fora, todos vão ter ajuda da Liga. Então, nossa esperança é que consigamos fazer um campeonato muito forte, tanto dentro de campo, como fora dele, com uma boa captação de patrocínios, de parceiros", disse Rocha.
ABC frustrou a torcida em 2010
A edição de 2010 do campeonato do Nordeste foi marcada pelo baixo nível técnico das equipes, já que a grande parte dos integrantes estavam em meio a outras disputas, como o campeonato brasileiro. Com isso, times como Bahia, Vitória/BA, Ceará, Fortaleza/CE, Náutico/PE e Santa Cruz/PE, utilizaram, na maioria dos seus jogos, equipes B, ou formadas por reservas. Se algumas equipes não levaram a competição a sério, o ABC entrou em campo com sua equipe titular e se classificou em primeiro na fase inicial. Em 14 partidas, o alvinegro potiguar conquistou sete vitórias e quatro empates, terminando na ponta da tabela, com 30 pontos, cinco a mais que o vice-líder, o Vitória/BA.
Na semifinal, o ABC enfrentou o Treze/PB e em uma noite inspirada do atacante Éderson, derrotou os paraibanos por 3x0, com os três sendo marcado pelo centroavante alvinegro. Na outra semifinal, o Vitória, venceu o CSA/AL por 2x1.
No dia 1º de dezembro de 2010, o Frasqueirão lotado, recebia sua segunda grande decisão daquele ano, já que, uma semana antes, o ABC tinha conquistado o título da série C do Brasileiro, quando tinha empatado com o Itumbiara, atual Boa Esporte/MG. A festa estava pronta pelo lado dos torcedores alvinegros, que estavam confiantes em conquistar mais um título importante para sua história, ainda mais que o Vitória iria jogar com sua equipe B, já que a titular estava envolvida na disputa do campeonato brasileiro da série A, lutando para não ser rebaixado.
Mas, os torcedores abecedistas deixaram o Frasqueirão decepcionados, já que o Vitória derrotou o ABC por 2x1, com gols de Kleiton Domingues e Marconi, enquanto João Paulo descontou para a equipe potiguar. Com isso, os baianos levantaram, pela quarta vez na sua história, o título de campeão do Nordeste.
Em 1998, América conquistou seu maior título
O único clube potiguar a conquistar um título do campeonato do Nordeste, foi o América, em 1998. Naquele ano, a competição, que tinha o aval da Confederação Brasileira de Futebol, era disputada pelas maiores equipes da região e tinha grandes times, como o Vitória/BA, vice-campeão, que contava com o meia sérvio, Petkovic. Mesmo assim, contrariando as expectativas, já que tinha terminado a primeira fase apenas na segunda colocação do seu grupo, a equipe americana conseguiu melhorar seu rendimento e bater os baianos na grande final, em pleno Machadão, por 3x1, depois de perder o primeiro jogo da decisão por 2x1, no Barradão.
Na primeira fase do campeonato do Nordeste de 1998, que era dividida em quatro grupos, com quatro equipes em cada, com os dois melhores se classificando para a fase seguinte, o América ficou no grupo C, ao lado do Botafogo/PB, Fluminense de Feira de Santa/BA e Náutico/PE. Em uma campanha irregular, a equipe potiguar conquistou três vitórias e um empate, nos seis jogos disputados, ficando na segunda posição, atrás dos paraibanos.
Na segunda fase da competição, o América ficou no grupo F, ao lado de ABC, Santa Cruz/PE e o Ceará. Mesmo em um grupo forte, o alvirrubro fez uma excelente campanha, conquistando cinco vitórias e sendo derrotado apenas uma vez.
Com um time recheado de jogadores revelados nas categorias de base, como os volantes Montanha e Carioca, o lateral esquerdo Rogerinho e o meio campo Biro-Biro, o América foi derrotado no primeiro jogo da decisão, por 2x1, no Barradão, em Salvador/BA.
Mas, quem esperava uma festa do Vitória no Machadão, já que os visitantes jogavam pelo empate, deixaram o antigo Machadão decepcionados. Em uma partida espetacular de Paulinho Kobayashi, artilheiro do torneio com nove gols, um deles no jogo decisivo, o América bateu a equipe baiana por 3x1, reverteu a vantagem e conquistou o maior título da sua história quase centenária.
*TRIBUNA DO NORTE
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