NY e mais duas regiões decretam estado de emergência (Foto: REUTERS)
Nova York, 30 (AE) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou desastre de grandes proporções na cidade de Nova York e em Long Island, duas das regiões mais afetadas entre ontem e hoje pela supertempestade Sandy, que já matou mais de cem pessoas desde que se formou no Caribe. A medida visa tornar disponíveis recursos federais para a população da área. Enquanto isso, subiu para 39 o número de mortos em sete Estados norte-americanos. No Canadá, pelo menos uma morte foi atribuída à tempestade. No Caribe, atravessado pela tempestade na semana passada, Sandy matou 69 pessoas, a maioria no Haiti, onde 70% das colheitas foram destruídas, informou hoje o governo haitiano
A tempestade entrou nos EUA por New Jersey na noite de ontem, deixou pelo menos 8,2 milhões de pessoas sem luz na Costa Leste e na região Meio-Oeste do país e paralisou a campanha para as eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para a próxima terça-feira. Sandy chegou a New Jersey com ventos de 130 quilômetros por hora.
Segundo informações da Dow Jones, as distribuidoras de energia estavam realizando algum progresso para restaurar o fornecimento de eletricidade no final da tarde de hoje, mas 2,6 milhões de consumidores ainda estavam sem energia em New Jersey e 2,1 milhões em Nova York. Cerca de 250 mil lares e pontos de energia foram religados nesta terça-feira nos Estados de Maryland, Massachusetts e Pensilvânia, informou o Departamento de Energia do governo americano.
Pelo menos 15 mil voos foram cancelados na Costa Leste dos EUA. Os aeroportos Liberty e LaGuardia, que atendem Nova York, deverão ficar fechados até quinta-feira, mas o Aeroporto JFK poderá reabrir na quarta-feira com "operações limitadas de voos", disse o porta-voz da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, Pasquale Di Fulco.
Segundo a IHS Global Insight, a supertempestade causou danos a propriedades de cerca de US$ 20 bilhões e de US$ 10 bilhões a US$ 30 bilhões em prejuízos para empresas por conta de negócios não realizados nos Estados Unidos.
Ocorreu uma nevasca no Estado da Virgínia Ocidental, com a neve cobrindo ruas de várias cidades e estradas na manhã desta terça-feira. Mas o Estado de New Jersey parece ter sido mais atingido, com cidades inteiras alagadas. Imagens da devastação provocada pela tempestade Sandy estavam presentes em grande parte da Costa Leste americana nesta terça-feira, da Carolina do Norte a Rhode Island. Na Carolina do Norte, Sandy destruiu rodovias costeiras. Em Nova York, um navio cargueiro de grande porte, o John Caddell, foi arrastado para uma praia em Staten Island. Muitas pessoas morreram esmagadas por árvores derrubadas pelos ventos. Milhares de carros foram inundados ou virados pelas águas.
O governador de New Jersey, Chris Christie, concedeu uma entrevista coletiva na manhã de hoje e fez um balanço sombrio sobre a passagem de Sandy. "Está além de tudo o que eu poderia imaginar. É uma paisagem de devastação" disse Christie, referindo-se ao litoral do Estado, onde as águas arrancaram os trilhos de ferrovias e inundaram cidades inteiras. Partes do litoral de New Jersey ainda estão debaixo das águas, com muitas cidades alagadas. O cenário é parecido nas cidades litorâneas de Maryland e Nova York.
"Essa foi uma tempestade devastadora, talvez a pior que já experimentamos", disse o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Segundo ele, a tendência é de que o número de mortos aumente.
O fenômeno natural causou a maior destruição no metrô de Nova York em seus 108 anos de existência, afirmou hoje o chefe da Autoridade de Transporte Metropolitano, Joseph Lhota. Os três grandes aeroportos da cidade foram fechados e mais de 15 mil voos foram cancelados por causa da tempestade.
Uma onda de tamanho sem precedentes (3,9 metros), atingiu a parte baixa de Manhattan, inundando túneis, estações de metrô e ruas. A Bolsa de Valores de Nova York ficou fechada na segunda-feira, não funciona nesta terça-feira mas deverá reabrir na quarta-feira. Pelo menos três dos mortos foram crianças, uma delas de apenas oito anos. Pelo menos uma morte causada pela tempestade ocorreu no Canadá.
Em Nova York, um incêndio queimou entre 80 e 100 moradias na manha desta terça-feira, em um bairro perto do Atlântico. Ninguém ficou ferido. Pelo menos 670 mil pessoas ficaram sem eletricidade em Nova York, disse John Miksad, vice-presidente da distribuidora de energia Consolidated Edison. A estimativa é que o serviço do metrô volte aos poucos em Nova York, a partir da quarta-feira. A Bolsa de Valores de Nova York deverá reabrir na quarta-feira e as pontes que ligam a ilha de Manhattan ao continente foram reabertas nesta terça-feira, informou o jornal The New York Times. Os teatros da Broadway ficaram fechados na segunda-feira e nesta terça-feira e as escolas em Nova York não abriram ontem e hoje, deixando 1,1 milhão de crianças e adolescentes sem aulas. Um guindaste gigantesco, que fazia parte da obra de um edifício residencial perto do Central Park, ficou danificado pelos ventos e ameaçava cair. Centenas de pessoas tiveram que deixar prédios vizinhos, como medida de precaução.
O furacão Sandy causou 69 mortes em sua passagem pelo Caribe na semana passada. Pouco antes de tocar terra firme, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês), diminuiu sua categoria para ciclone pós-tropical, uma distinção puramente técnica, baseada na pressão interna e formato do fenômeno. O encontro de Sandy com um sistema climático de inverno formou a supertempestade que castiga os Estados Unidos.
No final da tarde desta terça-feira, Sandy estava 190 quilômetros ao oeste de Pittsburgh (Pensilvânia), com ventos de 72 quilômetros por hora.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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