domingo, 28 de abril de 2013

Bola é condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio

JULGAMENTO DO CASO ELIZA SAMUDIO
 
Carlos Eduardo Cherem e Rayder Bragon
Do UOL, em Contagem (MG)


 O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado neste sábado (27) pelo Tribunal do Júri pelo homicídio duplamente qualificado e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. O crime ocorreu em 2010. O júri popular começou na segunda-feira (22), no fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e a decisão foi lida no salão do júri pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem.

O ex-policial foi condenado a 19 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio de Eliza, e mais 3 anos de prisão em regime aberto pela ocultação do cadáver, além de 360 dias/multa, com isso totalizando 22 anos de prisão. Ele não poderá recorrer em liberdade.

Bola foi acusado pelo MPE (Ministério Público Estadual) de ter sido o executor da ex-modelo, na sua casa, em Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi o quarto réu julgado e condenado pela morte de Eliza. Antes dele,
o goleiro Bruno havia sido condenado, em março deste ano, a 22 anos e três meses pelo sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver da ex-amante. Neste julgamento, Dayanne Souza, ex-mulher de Bruno, foi absolvida da acusação de sequestro do filho de Eliza, cuja paternidade é atribuída a Bruno.


O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, chora durante julgamento neste sábado (27). Bola foi condenado neste sábado (27) pelo Tribunal do Júri pelo homicídio duplamente qualificado e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes Renata Caldeira / TJMG

Em novembro do ano passado, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ex-braço direito do goleiro, havia sido condenado a 15 anos de prisão pelas mesmas acusações feitas ao goleiro. Já Fernanda Castro, outra ex-amante de Bruno, foi condenada a cinco anos, em regime aberto, pelo sequestro e cárcere privado de Eliza do filho dela.Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, era outro réu no processo, mas foi assassinado em agosto de 2012, no bairro Minaslândia, na região norte de Belo Horizonte. Segundo a polícia, a morte teria sido um crime passional.

Já Wemerson Marques de Souza e Elenílson Vítor da Silva, outros dois réus, serão julgados pelo crime em maio deste ano.

Por sua vez, Flávio Caetano foi denunciado pelo Ministério Público Estadual, mas a Justiça o liberou por falta de provas.
 


 
Ainda nessa sessão, a magistrada cassou a palavra de Quaresma, a pedido do Ministério Público, que alegou ter divisado, no tratamento dispensado pelo advogado ao ex-delegado, uma "conduta desrespeitosa, provocativa e intimidatória".

Moreira foi questionado por mais de 10 horas, começando a depor ainda na quarta-feira (24). A juíza disse ter notado uma "rixa" particular entre o ex-delegado e Quaresma e afirmou que o fórum não era o local "adequado para isso".

Na terça-feira (23), o detento Jaílson Alves de Oliveira, que havia revelado a existência de uma suposta lista de marcados para morrer ligado ao caso, chamou Quaresma de "noiado" (dependente de drogas). Quaresma havia pedido para constar isso na ata.
Durante o depoimento das testemunhas, ficou clara a intenção da defesa, que arrolou o ex-delegado, em tentar desqualificar, para os jurados, o seu trabalho. Antes dele, quem depôs foi o jornalista José Cleves, que havia sido indiciado por Moreira pela morte da mulher, em 2.000. O jornalista foi absolvido por unanimidade da acusação. Cleves foi arrolado pela defesa.

Já o promotor procurou usar o depoimento do detento Jaílson Oliveira para tentar dar veracidade às afirmações da testemunha. O preso disse ter ouvido de Bola a confirmação da autoria da morte de Eliza. Ele afirmou ter colhido a informação de Bola quando os dois dividiram o mesmo pavilhão na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria.

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