Renata Moura - editoria de Economia
Andrielle Mendes - repórter de Economia
O governo do estado lançou ontem, em parceria com o Sebrae/RN e a Federação das Indústrias (Fiern), o Pró-Sertão, projeto que promete interiorizar a indústria no Rio Grande do Norte através da abertura de 360 pequenas unidades de confecções – as chamadas facções – até dezembro de 2018. O projeto, que começou a ser gestado há quatro meses, promete quadruplicar o número de facções e multiplicar por oito o número de pessoas empregadas na atividade, nos próximos cinco anos. Hoje, são 90 facções no estado e 2,5 mil pessoas empregadas nessas unidades.
Magnus Nascimento
Governadora Rosalba Ciarlini: projeto incentiva o desenvolvimento do Estado, mas há desafios
A produção, que passará a ser de 150 mil peças por dia, será comprada inicialmente por grandes empresas como a Guararapes, que vê na abertura das facções no RN uma forma de sustentar o crescimento da rede de lojas do grupo, a Riachuelo. A Hering, uma das pioneiras em terceirizar a costura de suas peças no estado, também ampliará a base de fornecedores, através do projeto.
Segundo Marcelo Toledo, gerente da Hering no Rio Grande do Norte, a empresa chegou a contratar 15 novas facções por ano, nos últimos cinco anos, chegando a 90 no ano passado. A pretensão é manter o ritmo de contratações. “Toda a nossa costura é terceirizada. A confecção requer muita mão de obra e a terceirização através de pequenos empresários descentraliza isso e tem o lado social”, diz ele.
O projeto será desenvolvido, de início, na região Seridó, que tem tradição na atividade. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Rogério Marinho - a quem coube apresentar o projeto a uma plateia recheada de pequenos empresários e prefeitos - ressaltou que o objetivo é buscar novos empreendedores em parceria com os prefeitos. “Acredito que através desse projeto, considerado o pontapé inicial, muitas pequenas empresas se tornarão grandes”, emendou a governadora Rosalba Ciarlini.
Facções
Empresas do setor já vêm expandindo os negócios de olho no apetite das gigantes, mas ainda têm dúvidas sobre o funcionamento do projeto. “Queremos ver se vai beneficiar quem já está no mercado. Se haverá crédito melhorado e cursos mais em conta”, diz Anny Fabíola Nunes, que tem cinco facções e vai abrir a sexta em São José do Seridó.
O presidente da Associação Seridoense das Confecções, Leonardo Ferreira de Azevedo, que já abriu três facções em Acari – a última delas há pouco mais de um mês – e pretende abrir a quarta no município ainda este ano, ressalta que há desafios a serem vencidos. “Será preciso capacitar muitas pessoas. Além disso, não temos grandes fornecedores de máquinas de costura no RN”, diz ele.
TRIBUNA DO NORTE
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