TENSÃO MUNDIAL
Segundo norte-coreano, as bases de mísseis de Pyongyang podem disparar a qualquer momento
Seul A Coreia do Sul e os Estados Unidos elevaram, ontem, o nível de alerta diante da "ameaça vital" representada pela Coreia do Norte, que estaria a ponto de executar um ou vários lançamentos de mísseis, coincidindo com o aniversário da data de nascimento do fundador do país, 15 de abril.
Soldados do Exército da Coreia do Norte ficam a postos em Sinuiju, em frente à cidade fronteiriça chinesa de Dandong FOTO: REUTERS
O comando integrado das forças americanas e sul-coreanas alterou de 3 para 2 o nível de alerta - o nível 1 é sinônimo de guerra, o 4 equivale a tempos de paz - ao alegar uma "ameaça vital", informou uma fonte militar à agência sul-coreana Yonhap.
Um lançamento de míssil pode acontecer a "qualquer momento a partir de agora", afirmou o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Yun Byung-Se, no Parlamento. Ele advertiu Pyongyang que tal ato provocaria novas sanções da ONU.
O lançamento pode coincidir com a visita a Seul do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e do comandante da Otan, Anders Fogh Rasmussen, que chegarão à capital sul-coreana amanhã.
O representante diplomático do regime norte-coreano, Alejandro Cao de Benós, diz que "nossas bases de mísseis estão prontas para disparar. Podemos derrubar qualquer alvo, pusemos em órbita três satélites e capacidade tecnológica não falta".
O espanhol, único estrangeiro que ganhou cidadania norte-coreana faz ameaça: "quando o sinal for dado abateremos todos os aviões B2 e B52 e arrasaremos as bases americanas de Guam, do Havaí e do Missouri".
"As consequências serão terríveis: o planeta inteiro será contaminado e Seul afundará no mar. A bomba é nossa segurança na vida. Se for necessário, não hesitaremos em usá-la", assevera.
A inteligência militar sul-coreana afirma que o Norte está disposto a efetuar um disparo que poderia acontecer por volta de 15 de abril, dia do nascimento do fundador da República Democrática Popular da Coreia, Kim Il-Sung, morto em 1994.
O Japão também anunciou ontem que se encontra em "estado de alerta" para interceptar qualquer míssil que ameace o arquipélago. Na última terça, baterias antimísseis foram instaladas no centro de Tóquio e ao redor da capital.
O regime de Pyongyang, irritado com as novas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU depois do teste nuclear de fevereiro e das atuais manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, multiplicou nas últimas semanas as declarações bélicas e as ameaças.
"Situação incontrolável"
O secretário-geral da Organização da ONU, Ban Ki-moon, assegurou ontem, em Roma, que um pequeno incidente pode criar uma situação incontrolável".
Ao contrário de Ban, o embaixador brasileiro na Coreia do Norte, Roberto Colin, diz que aparentemente "não há um risco iminente" em Pyongyang.
Diário do Nordeste
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