Doze pessoas já foram presas em virtude da Operação Máscara Negra, deflagrada na manhã desta terça pelo Ministério Público estadual do Rio Grande do Norte com o objetivo de desarticular esquemas de contratação fraudulenta de shows musicais, estrutura de palco, som, trios elétricos e decoração para eventos realizados nos municípios de Macau e Guamaré entre os anos de 2008 a 2012.
Os nomes foram divulgados em entrevista coletiva na tarde desta terça, pela Promotora e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), Patrícia Antunes. Já foram presas de Guamaré Kaliny Karen da Fonseca Teixeira, filha do ex-prefeito da cidade, Auricélio dos Santos Teixeira, Secretário de Turismo de Guamaré, Katiúscia Miranda de Fonseca Montenegro, chefe de gabinete da Prefeitura, Kelly Margareth Miranda de Fonseca, ex-secretária de Turismo de Guamaré, e mulher de Auricélio Teixeira, Geusa Morais, tesoureira da Prefeitura, Tércia Raquel, secretária de Administração e Finanças, além de Fábio Alves de Miranda, Rogério Medeiros Cabral Júnior, Adonis Aráujo de Assis, Francinilson Nunes Cabral, Rosângela de Morais Freire e Clodoaldo Bahia Nogueira, empresário do ramo de decoração. que já se encontra preso no quartel da PM.
Segundo nota do MP divulgada nesta manhã, só no ano passado a prefeitura de Guamaré gastou mais de R$ 6 milhões em festividades, enquanto que a de Macau chegou à cifra de R$ 7 milhões entre 2008 e 2012. Esses gastos com contratações de bandas e serviços para festas compreendem mais de 90% do recebido em royalties no período e mais de 70% do recebido em FPM.
As provas apontam que empresários do ramo artístico atuavam na região, alternando-se na fraude aos procedimentos licitatórios e fornecendo suas empresas e bandas aos superfaturamentos. "Em Guamaré, o suposto grupo criminoso era liderado por familiares do ex-prefeito, que controlava os principais cargos políticos do Poder Executivo municipal. Já em Macau, o esquema tinha como líderes o então Chefe do Executivo e o presidente da Fundação Municipal de Cultura", diz o MP.
Os elementos colhidos pela Justiça dão conta de que eram desviados recursos das prefeituras por meio de contratações com superfaturamento de preços e mediante uso de intermediários não exclusivos e de laranjas. Estima-se que aproximadamente R$ 3 milhões foram desviados por ordem dos então prefeitos e demais agentes públicos a empresários do ramo artístico, a pretexto de fomento da economia local.
A Operação Máscara Negra contou com o apoio de 200 policiais militares e foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). E faz parte da Operação Nacional contra a Corrupção deflagrada na manhã de hoje em 12 outros Estados pelo Ministério Público brasileiro, por meio do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), em parceria com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis e Militares, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas de Rondônia, Receita Federal, Receitas Estaduais.
Jornal de Fato
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