GISELE BARCELOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE UBERABA (MG)
Uma casa da família da presidente Dilma Rousseff em Uberaba, a 494 quilômetros de Belo Horizonte, foi declarada patrimônio histórico.
O processo, que começou com a declaração de utilidade pública do imóvel, foi oficializado com o decreto de tombamento assinado pelo prefeito Paulo Piau (PMDB). O local deve ser transformado em um memorial. O valor da desapropriação do imóvel está sendo discutido com a família da presidente.
Localizada no centro histórico da cidade, a casa foi construída pelo avô de Dilma Odilon Silva em 1938, conforme relatório do Conphau (Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba).
A mãe da presidente, Dilma Silva, morou lá até a juventude e foi na cidade mineira que ela conheceu o pai da petista, Pedro Rousseff. Dilma nunca morou no imóvel, mas ele foi declarado de interesse histórico porque na infância a presidente e a família ficavam na casa quando viajavam à cidade.
A alegação oficial é que o local deveria ser tombado para preservar a memória e o valor histórico da família, que morou na casa até 1951.
Fundação Cultural de Uberaba/Divulgação
Casa da família da presidente Dilma em Uberaba é tombada
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Líder do PC do B --aliado histórico do PT-- na cidade mineira, a presidente da Fundação Cultural de Uberaba, Sumayra de Oliveira, disse que o imóvel está abandonado e em condições precárias. Por isso, foi fechado para evitar a ação de vândalos.
De acordo com Sumayra, ainda não está definido o valor da desapropriação do imóvel, o que está sendo negociado com a família de Dilma. A presidente da fundação disse que os contatos estão sendo feitos com Mauro Silva, tio de Dilma, que mora na capital mineira. AFolha não conseguiu ouvi-lo ontem.
O objetivo da Prefeitura de Uberaba é restaurar o imóvel para instalar no local um memorial dos presidentes brasileiros e um centro de cultura política. Paulo Piaui, o atual prefeito e ex-deputado federal, elegeu-se em 2012 ao vencer o deputado estadual Antonio Lerin (PSB).
Ambos disputaram o apoio de Dilma durante a campanha, com o argumento de que seus partidos faziam parte da base aliada da petista. Ainda não há definição sobre o total dos custos do projeto --a ideia é captar recursos junto ao Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e ao Ministério da Cultura para a restauração do imóvel.
Folha de São Paulo
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