Dados divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostram que o custo médio da energia subiu 20,8% no Rio Grande do Norte, para a indústria, quase o dobro da média nacional (de 11,1%) e praticamente anulando a queda aplicada à tarifa em janeiro, quando houve redução de 22,9%. Os números estão disponíveis no novo site sobre custo da energia para a indústria no Brasil, que entrou no ar ontem, pelo endereço www.firjan.org.br/quantocusta.
“A desoneração fiscal do governo federal e o processo de renovação das concessões provocaram queda efetiva no custo da energia elétrica no Brasil, mas os reajustes das distribuidoras e o acionamento das térmicas já absorveram parte da redução”, diz a Firjan.
Segundo o levantamento, o custo médio para a indústria no país caiu 20,8% entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013 (de R$ 332,23 por MWh para R$ 263 em janeiro deste ano). No entanto, apesar da redução de encargos e tributos, voltou a subir, atingindo média de R$ 292,16 por MWh em novembro. Alta de 11,1%.
No Rio Grande do Norte, o custo médio caiu 22,9% entre dezembro de 2012 e janeiro deste ano, quando entrou em vigor a política do governo de redução de encargos e tributos (de R$ 292,00 por MWh para R$ 225,10). Ao longo do ano, com os reajustes e acionamento das térmicas, voltou a subir, chegando a R$ 271,97 em novembro, anulando grande parte dos efeitos da política de desoneração.
Consequências
O presidente do Conselho dos Consumidores de Energia Elétrica do RN e da indústria têxtil no estado, João Lima, preferiu não comentar os números antes de conhecer a metodologia adotada pela Firjan.
“O que posso dizer é que o custo da energia no Brasil é absurdamente alto e se reflete sobretudo na perda de competitividade dos produtos brasileiros. Por causa do alto custo, exportamos menos e vendemos produtos mais caros no mercado interno”, disse ele e acrescentou: “Quem arca com isso é o consumidor final, quando paga sua conta de energia mais cara e quando vai ao comércio, já que o aumento do custo da energia representa um aumento do custo do produto final”.
Segundo João Lima, que também é diretor de uma das maiores fábricas têxteis do estado, a energia elétrica é o terceiro maior custo na indústria de transformação. Fica atrás apenas das despesas com matéria-prima e contratação de mão de obra.
Entre os estados, a redução da tarifa variou de 18,50% a 25,10% em janeiro deste ano, sendo a maior queda no Piauí e a menor, no Mato Grosso do Sul.
TRIBUNA DO NORTE
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