sábado, 23 de novembro de 2013

Economia: Rio Grande do Norte registra crescimento no PIB

Andrielle Mendes - Repórter

A participação do Rio Grande do Norte na soma das riquezas produzidas pelo Nordeste subiu de 6,1% para 6,7% entre 2002 e 2011. Apesar do avanço, o RN, que tem o quinto maior Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste, ainda figura na lista dos dez estados com menor participação no PIB nacional (0,9%). 

Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o RN fechou o ano de 2011 com um PIB de R$ 36,1 bilhões - um crescimento de R$195,5%, considerando o ano de 2002. No Nordeste, quatro estados registraram incremento maior: Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco, que fechou 2011 com um PIB de R$ 104,3 bilhões - o segundo maior da Região.
Adriano Abreu
Aldemir Freire, do IBGE: Economia do RN é pouco diversificada

Para Aldemir Freire, economista e chefe do IBGE no RN, é natural que o RN esteja entre os estados com menor participação no bolo, a nível nacional. “Alguns setores da economia potiguar ainda são muito frágeis, como por exemplo, a indústria de transformação. É só ir ao supermercado para perceber. Mais de 90% dos produtos encontrados nas prateleiras não são produzidos no RN”.

Segundo ele, a economia do RN nunca se igualará à de estados como Bahia, Ceará e Pernambuco. “Eles têm uma população muito maior que a nossa. Enquanto o RN tem um pouco mais de 3 milhões de habitantes, Pernambuco tem quase 9 milhões, Ceará tem 8,5 milhões e Bahia tem 14 milhões”, compara. 
Atividades

Além disso, a economia do RN é pouco diversificada, o que, segundo Aldemir, ajuda a explicar a posição do estado no ranking nacional. “A participação da administração pública e da indústria extrativa (petróleo e gás) no PIB do estado é muito alta. Só para se ter ideia, um em cada quatro reais que entra na economia do RN vem do setor público”, esclarece o economista.

A participação do setor público no PIB do estado em 2011 ficou em torno de 25%. Em alguns municípios do estado, o percentual ultrapassa os 50%. No Brasil, ela não chega nem aos 14%. “Isso demonstra a fragilidade da nossa economia”, diz.

O economista aponta saídas para aumentar a participação do RN no PIB do país e diz enxergar uma evolução no cenário nacional. “O PIB brasileiro passa por um processo de desconcentração. Entre 1995 e 2011, o Nordeste aumentou sua participação no PIB nacional em 1,4 pontos percentuais, enquanto o Sudeste caiu quase 4 pontos. Isso é resultado da combinação entre programas de transferência de renda, políticas sociais e chegada de novos investimentos”, analisa.

Segundo Aldemir, para se beneficiar desse processo de desconcentração, o Rio Grande do Norte precisaria fortalecer sua indústria.Estados com PIB mais robusto, afirma o economista, têm chances maiores de gerar empregos, renda e impostos, já que o indicador reflete a dinâmica da economia local.

TRIBUNA DO NORTE

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