Andrielle Mendes e Maria Emília Tavares - repórteres
O Rio Grande do Norte ficou entre últimas posições no ranking de produção agrícola do país, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O relatório da Produção Agrícola Municipal revelou que o valor da produção do RN em 2012 avançou 4,5% sobre o ano anterior, chegando a R$ 1,03 bilhão, o que representa 0,5% do valor produzido pelo país. O índice é o mesmo registrado em 2011.
O valor rendeu ao estado a 22ª posição do ranking nacional e a 8ª posição no Nordeste. O estado ficou em melhor colocação apenas que Sergipe, Distrito Federal, Acre, Roraima e Amapá. De acordo com o IBGE, a seca do último ano contribuiu para o baixo rendimento agrícola em 2012 não só do Rio Grande do Norte mas de outros estados.
O instituto confirmou que já esperava o resultado e ressaltou que o RN importa quase tudo o que consome. “O Rio Grande do Norte sempre ficou entre os últimos do ranking. A produção do estado é muito insignificante. É claro que isso é ruim e que se reflete diretamente na economia. A economia fica prejudicada”, afirmou Ivanilton Passos, analista sênior do IBGE no RN. Segundo ele, a realidade só mudará com a implantação de políticas públicas voltadas à produção agrícola. “É preciso incentivar a produção, realizar um zoneamento no estado e mostrar o que cada município pode produzir, de acordo com as suas características”, defendeu.
Crescimento
Apesar do quadro, o RN registrou incremento no valor da produção em 2012, com relação ao ano de 2011. O valor - produção multiplicada pelo preço médio dos produtos - no ano passado foi 4,5% superior ao obtido em 2011. O crescimento foi atribuído ao desempenho da fruticultura irrigada, que registrou aumento tanto na área plantada e colhida quanto no valor produzido no estado.
Só a área colhida de melancia saltou 1.816% em 2012. A de melão também subiu, passando de 1,4 mil hectares em 2011 para 2 mil, em 2012. O Estado teve a maior produção de meão do país, em 2012.
“O valor geral da produção subiu, porque os produtos prejudicados pela seca, como feijão e milho, têm baixo valor comercial e são plantados para garantir a subsistência dos agricultores”, esclarece Ivanilton Passos, que preferiu não fixar um prazo para recuperação das perdas nas culturas de sequeiro - que não são irrigadas.
Segundo a pesquisa do IBGE, a área plantada e colhida no estado, considerando todas as culturas, recuou mais de 20% de um ano para outro. A redução na área colhida chegou a 99,5% no caso da fava, cuja produção ficou em 5 toneladas, e a 90,9% no caso do feijão, cuja quantidade produzida caiu de 68,5 mil toneladas em 2011 para 6,1 mil toneladas em 2012.
TRIBUNA DO NORTE
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