Pelo menos 22% da frota de viaturas que servem à Polícia Civil do Rio Grande do Norte está parada por quebra e falta de manutenção, como a reposição de peças e serviços mecânicos. De um total de 317 veículos, já estão recolhidos 53 veículos ao pátio do Setor de Transportes da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), na rua Sachet, Ribeira, enquanto outras 17 viaturas estão recolhidas às delegacias no interior do Estado.
“Não temos dinheiro nenhum para conserto de carro”, disse o chefe do Setor de Transportes da Sesed, Ranulfo Alves, ao justificar que o recolhimento dos carros aos pátios dos prédios da Sesed espalhados por Natal e interior, a não ser que as despesas saiam às expensas de algum servidor.
Adriano Abreu
Viaturas estão sem prazo para sair às ruas. Fornecedor de peças interrompeu a prestação de bens e serviços à Sesed devido ao atraso no pagamento das faturas
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Ranulfo Alves disse em 24 de junho deste ano a empresa Eletropeças comunicou a interrupção da prestação de bens e serviços à Sesed devido o atraso no pagamento das faturas, referentes aos meses de maio a junho deste ano: “A dívida era de R$ 250 mil e foi pago R$ 70 mil”.
Segundo Alves, no caso de haver o pagamento do restante do débito à Eletropeças, certamente os serviços de manutenção da frota de veículos da segurança pública serão retomados. Mas, em virtude da demanda represada, ele acredita que não será possível colocar, imediatamente, todos os veículos quebrados ou que precisam de reposição de peças, para rodar.
“Se for um serviço pequeno, a gente recebe a peça e faz o conserto aqui mesmo, porque tem uns policiais que fazem serviços de mecânico”, disse Alves. Ranulfo Alves admitiu, ainda, que enfrenta dificuldades de gerenciamento por conta da redução da cota combustível para as viaturas da Polícia Civil. Para sanar o problema, como os pedidos extras de combustível (gasolina, álcool ou diesel), explicou ele, passou a usar as cotas dos 70 veículos que se encontram indisponíveis para circulação, a fim de suprir as solicitações feitas por delegacias, por exemplo, para trabalhos de investigação criminal da Polícia Judiciária.
Durante a greve da Polícia Civil, uma grande parte das viaturas foi recolhida à Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol), onde ele não teve como fazer um controle das cotas de combustível, pois as viaturas terminara saindo para trabalho externo aleatoriamente. Depois, acrescentou ele, a Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan) pediu um relatório para que, em cima dos dados, pudesse estabelecer o repasse financeiro para cobrir uma cota mensal dos combustível usado pelas viaturas da Polícia Civil.
Para isso, Alves afirmou que tirou uma média do uso de combustível de três meses (abril, maio e junho), que chegou a 88.225 litros - “mas só me deram 63 mil, ficou um déficit de 25.225 litros”.
Em decorrência disso, Alves informou que o Setor de Transportes teve de ajustar a distribuição do volume de combustível que lhe foi disponibilizado mensalmente, começando pelo corte das cotas dos feriados, sábados e domingos, dias em que foram garantidos para quatro viaturas, duas de cada Delegacias de Plantão, nas Zonas Norte e Sul de Natal, e para o trabalho de supervisão policial: “As demais viaturas ficam todas paradas”.
Ele disse que para trabalho existe, “tem de se comunicar com antecedência” e com justificativa por escrito do serviço extra a ser realizado, sendo que para o serviço normal, da semana, está sendo disponibilizado 45 litros de combustível para veículos descaracterizados e 50 litros para viaturas caracterizadas, que são usados, diariamente, no trabalho operacional das Delegacias de Polícia.
TRIBUNA DO NORTE
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