Luiz Ricardo Fini
São Paulo (SP)
O Palmeiras não conseguiu derrotar o São Caetano, mas o empate por 0 a 0, na tarde deste sábado, foi suficiente para garantir seu retorno matematicamente à elite do futebol nacional. Em jogo nervoso, com arbitragem polêmica, o Verdão atuou com um uniforme semelhante ao da Seleção Brasileira e teve um desempenho que não agradou a uma parte da torcida, que vaiou no fim da partida, enquanto o time deixou o gramado sem comemorar, no estádio do Pacaembu.
Apesar do clima de festa de antes do confronto, com as presenças de ex-jogadores no gramado, a torcida se mostrou impaciente por não ter comemorado um gol durante os 90 minutos. O principal protesto partiu da organizada, mas pessoas presentes nas numeradas também criticaram Gilson Kleina. Já quando a uniformizada passou a xingar o time todo, o restante das arquibancadas defendeu o grupo.
Com o resultado, o time de Gilson Kleina chegou aos 69 pontos e já garantiu uma das quatro vagas, mesmo restando ainda seis rodadas para o término da Série B do Campeonato Brasileiro. O jogo ainda teve polêmicas no primeiro tempo, com reclamação dos palmeirenses por dois pênaltis que teriam acontecido. Wilson Luiz Seneme chegou a marcar um deles, mas desistiu depois de conversar com o assistente.
Nesta partida em que voltou ao Pacaembu depois de seis rodadas longe da capital paulista, o Palmeiras estreou a camisa verde e amarela, com calção azul e meião branco. O uniforme foi lançado em comemoração ao centenário, que será completado em 2014.
Djalma Vassão/Gazeta Press
Vestido de amarelo, azul e branco, o Palmeiras voltou à Série A com apenas um melancólico empate no Pacaembu
Sem a festa que esperava, o time alviverde pôs fim a um calvário que começou no dia 18 de novembro de 2012, quando foi rebaixado depois de um empate por 1 a 1 com o Flamengo. O time, então, se arrastou até o fim daquele ano, com a reformulação no elenco e a troca do presidente Arnaldo Tirone por Paulo Nobre.
Nesta temporada, o Verdão também amargou um vexame com a goleada por 6 a 2 para o Mirassol, além de desgostos com as eliminações no Campeonato Paulista, na Libertadores e na Copa do Brasil. A redenção só chegou neste sábado, 343 dias depois da queda contra o Flamengo.
A partir de agora, ao mesmo tempo em que mantém a luta pelo título da Série B, o Palmeiras também começa a pensar no planejamento para a próxima temporada. Mas o próximo desafio será contra o Paraná, no sábado, em Curitiba. A vantagem em relação à vice-líder Chapecoense é de nove pontos. Já o São Caetano é o penúltimo colocado, com 31 pontos.
O jogo - Depois de ter ficado cinco partidas fora do time, Valdivia começou bem o confronto e fez duas assistências na esquerda, mas Juninho e Wesley não aproveitaram. Com isso, o time buscou uma alternativa para ameaçar, e Vinícius arriscou de longe, para defesa de Rafael Santos.
Em meio ao clima de festa, o Palmeiras se mostrou desajustado em campo e só voltou a levar perigo aos 16 minutos, quando Valdivia acionou na esquerda Wesley, que driblou o marcador e chutou muito fraco, nas mãos de Rafael Santos. O ímpeto em resolver logo na frente fez o time da capital dar espaços atrás.
Desta forma, o São Caetano quase surpreendeu. Marcelo Soares recebeu nas costas de André Luiz e saiu de frente para Fernando Prass, que salvou o Verdão. No lance seguinte, Luis Felipe soltou um foguete da direita e exigiu boa defesa de Rafael Santos. Mas o Azulão estava atento para responder. Cassiano dominou na esquerda da área, driblou o marcador e bateu, mas Prass fez grande intervenção.
Valdivia continuou assumindo as funções no meio, enquanto a torcida já ficava impaciente com a falta de gols. Aos 26, a partida começou a ter polêmicas. Vinícius recebeu jogada, sofreu o choque e pediu pênalti. O chileno poderia ter ficado com a bola para bater de dentro da área, mas a deixou passar e preferiu reclamar, desperdiçando a chance de levar perigo. O lance gerou muita reclamação dos palmeirenses, revoltando a torcida.
Djalma Vassão/Gazeta Press
Irritado com Wilson Luiz Seneme, o Verdão seguiu no ataque. Depois de cobrança de escanteio de Wesley, a bola sobrou para André Luiz, que não aproveitou. O rebote ainda ficou para Henrique, que limpou a marcação e arrematou por cima, assustando o adversário.
Mas a maior polêmica da etapa saiu aos 38 minutos. Wilson Luiz Seneme marcou pênalti do goleiro Rafael Santos sobre Alan Kardec. Os jogadores do São Caetano reclamaram bastante, e o assistente chamou o árbitro para dizer que não houve infração na jogada. A partir daí, as críticas passaram a ser dos palmeirenses, em uma confusão que durou quatro minutos. Ao desistir do pênalti, Seneme deu bola ao chão e reiniciou a partida.
Antes do fim do primeiro tempo, Valdivia ainda recebeu passe de Márcio Araújo e deu trabalho ao goleiro, enquanto a torcida se concentrava em xingar o árbitro e também o assistente. No intervalo, o São Caetano teve a entrada de Anselmo na vaga de Jardel, mas quem ameaçou primeiro foi novamente o Palmeiras, com um chute perigoso do lateral direito Luis Felipe. Depois da etapa inicial com sol muito forte, o calor diminuiu no segundo tempo, deixando os dois times mais rápidos em campo.
Assim, Valdivia fez o passe na esquerda para Wesley, que rolou para Juninho cruzar para Alan Kardec. O atacante desviou, a bola bateu nas costas do goleiro e quase entrou, levantando a torcida. Ao ver o adversário melhor, Pintado fez mais uma alteração, com Geovane na vaga de Cassiano Bodini.
Kardec foi derrubado por Rafael Santos, arbitragem marcou o pênalti, mas depois voltou atrás e anulou a infração
Mesmo assim, o time do ABC continuou pressionado. Em avanço ao ataque, o zagueiro André Luiz recebeu na área, driblou o marcador e finalizou rasteiro, em mais uma defesa do goleiro. Apesar do esforço de seu time, Kleina percebeu a dificuldade na finalização e tirou Vinícius para colocar Serginho.
Com a presença constante do Palmeiras na frente, o São Caetano passou a exagerar nas faltas na intermediária. Mesmo assim, o Verdão desperdiçou uma série de batidas, com Wesley, Luis Felipe e Henrique. Na primeira resposta do Azulão na etapa, Anselmo obrigou Fernando Prass a fazer boa defesa, evitando a derrota. Pouco depois, Eder ameaçou novamente o goleiro palmeirense.
Assustado, o Palmeiras voltou ao ataque e desperdiçou chance com Ananias, que foi substituído logo depois por Ronny. Mesmo com a pressão nos minutos finais, o Verdão teve de se contentar com o empate para obter o acesso, mas a torcida não gostou e expressou sua frustração só depois dos 90 minutos.
*Gazeta Esportiva.net
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