Andrielle Mendes - repórter
Um dia depois de a Serasa Experian afirmar que o crédito habitacional deverá se tornar a principal modalidade de crédito concedido às pessoas físicas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional, a Caixa Econômica Federal anunciou uma nova redução das taxas de juros para quem deseja comprar imóveis, desta vez com valor acima de R$ 500 mil. As taxas, que estão valendo desde ontem, caíram de 9,9% para 9,4% ao ano para quem não tem relacionamento com o banco, e de 8,9% para 8,4% ao ano para quem tem relacionamento e conta-salário na instituição. A economia com a nova redução, segundo a Caixa, pode chegar a R$ 43 mil, na compra de um imóvel de R$ 600 mil pago em 30 anos.
Aldair Dantas
Roberto Linhares, da CEF/RN: redução dos juros atinge uma faixa considerável de consumidores
No Rio Grande do Norte, metade dos imóveis financiados com recursos da poupança em 2012 está dentro desta faixa de preço. O volume emprestado para quem desejava comprar um imóvel acima de R$ 500 mil chegou a R$ 200 milhões no ano passado e deve fechar 2013 em torno disso, no estado. A medida, segundo Roberto Linhares, superintendente da Caixa no RN, "atinge um público considerável e mostra que a intenção da Caixa é continuar sendo a melhor opção de crédito no país". Roberto não descarta novas reduções e afirma que "sempre que enxergar necessidade, o banco ajustará a taxa".
No ano passado, o banco reduziu a taxa de juros para imóveis de até R$ 500 mil no SFH (Sistema Financeiro de Habitação). Na ocasião, a taxa caiu de 10% para 8,85% ao ano para todos os clientes. O banco também ampliou o prazo de financiamento de 30 para 35 anos nas operações com recursos da poupança, ainda no ano passado.
A nova redução, segundo Arnaldo Gaspar Júnior, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no RN (Sinduscon), vai ajudar o setor a vender os imóveis em estoque. "A notícia é extremamente positiva para o setor, principalmente em Natal, onde há um bom estoque de imóveis dentro desta faixa de valor e cuja comercialização está um pouco devagar", afirma. O Sinduscon espera que a construção civil cresça cerca de 5% em 2013, em termos de volume de negócios. No ano passado, o crescimento ficou em torno de 3,5%. O setor aposta no crescimento do PIB, na execução das obras de mobilidade e infraestrutura no RN, e na redução das taxas de juros como a anunciada ontem.
De acordo com a Caixa, no dia 21 de dezembro de 2012 o volume de contratações do crédito imobiliário chegou a R$ 101 bilhões, no Brasil. O volume corresponde a um crescimento de 33,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram contratados R$ 75,4 bilhões. Segundo a Serasa Experian, vários fatores contribuíram para o crescimento do crédito imobiliário no país, entre eles, a estabilidade econômica, combinada com a manutenção do emprego e da renda e a alienação fiduciária, que reduziu significativamente a inadimplência e estimulou assim os bancos a aumentarem a oferta, os prazos e reduzirem as taxas de juros.
A Serasa ressalta que o Brasil ainda possui uma baixa relação de crédito imobiliário sobre o PIB (6,2%) - em países desenvolvidos este percentual ultrapassa 50% - e que o crédito habitacional será, no primeiro semestre de 2013, a maior modalidade de crédito do sistema financeiro para as pessoas físicas.
Banco do Brasil
Questionado se anunciaria medida semelhante, o Banco do Brasil negou novas reduções. "O banco está constantemente avaliando o mercado e oferece taxas extremamente competitivas em suas linhas de crédito imobiliário, além de um modelo de relacionamento, que bonifica os clientes com a redução das taxas de seus financiamentos, com base na pontualidade dos pagamentos das parcelas e no relacionamento com o Banco, mas no momento não há decisão de alterar taxas". O banco informou ainda, em nota, que em 4 de junho de 2012, reduziu as taxas do BB crédito imobiliário, tanto para imóveis até R$ 500 mil, como para imóveis acima deste valor. "Além disso, na mesma data, o Banco do Brasil implementou seu novo modelo de relacionamento no BB crédito imobiliário, que leva em consideração o relacionamento que o cliente mantém com a instituição e premia esse cliente com uma redução maior ainda na taxa de seu financiamento". No ano passado, vários bancos públicos e privados anunciaram a redução das taxas de juros, seguindo a redução da taxa básica de juros.
TRIBUNA DO NORTE
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