sexta-feira, 13 de junho de 2014

Brasil e Chile assinam acordo para troca de informações

Brasília (AE) - A presidenta do Chile, Michelle Bachelet, foi recebida ontem pela presidenta Dilma Rousseff, na sua primeira visita ao Brasil desde que tomou posse, em março deste ano. Em uma visita-relâmpago, as duas presidentas assinam um acordo de troca de informações e documentos sobre os respectivos períodos de ditadura e a cooperação dos militares durante a época de exceção. Um outro acordo, esse entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a presidenta da Sociedade de Fomento Fabril chilena, para desenvolver projetos de diversificação das relações comerciais.
Fábio Rodrigues Pozzebom / ABDilma Rousseff recebe Michelle Bachelet no Palácio do  Planalto para assinatura do termo de cooperaçãoDilma Rousseff recebe Michelle Bachelet no Palácio do Planalto para assinatura do termo de cooperação

Bachelet chegou a Palácio do Planalto com 10 minutos de atraso e foi recebida na rampa pela presidenta Dilma. As duas estão em um encontro privado e, em seguida, terão um outro, ampliado, com seus ministros. Não há previsão de declarações à imprensa, já que o encontro será curto. Às 10h20, está prevista a partida das duas presidentas para São Paulo, em seus respectivos aviões. Na capital paulista, Dilma oferece a Bachelet e a outros 10 chefes de Estado um almoço no hotel Marriot, antes de seguirem todos para a Arena Corinthians, onde participam da cerimônia da abertura da Copa do Mundo e assistem ao jogo Brasil x Croácia. Na noite de hoje, Bachelet dorme em Cuiabá, onde hoje assiste ao jogo Chile e Austrália, às 18h, na Arena Pantanal

Bachelet remarcou por duas vezes a visita ao Brasil, mas sua vinda ainda este semestre já estava acertada desde o encontro entre as duas presidentas em março, durante a posse em Viña del Mar (Chile). Em seguida, o chanceler chileno, Eladio Loizaga, em passagem por Brasília, confirmou a visita e a assinatura do intercâmbio de informações sobre a ditadura, nos mesmos moldes em que o Brasil já tem com a Argentina e o Uruguai. Na época, o chanceler confirmou a cooperação entre militares brasileiros e chilenos logo depois da queda de Salvador Allende. Informações coletadas pela Comissão da Verdade mostram que militares brasileiros estavam em Santiago nos primeiros dias do golpe militar. 

Com a assinatura do acordo, o Chile promete franquear ao Brasil todos os documentos classificados sobre o período. Da mesma forma, o governo brasileiro irá permitir o acesso ao governo chileno a todos os documentos relacionados à cooperação entre as duas ditaduras.

Investimentos
Também no Palácio do Planalto, na presença de Dilma e Bachelet, o presidente do Conselho Temático de Integração Internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Tigre, e o presidente da Sociedade de Fomento Fabril (Sofofa), Hermann Von Muhlenbrock, assinam uma declaração se comprometendo a desenvolver projetos para ampliar e diversificar as relações comerciais entre os países.

De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, o Brasil é o principal destino de investimentos chilenos no mundo, com estoque de US$ 24,6 bilhões. O Brasil tem aumentado presença no Chile, principalmente nos setores de energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, siderurgia e construção civil. As trocas comerciais entre os países alcançaram US$ 8,8 bilhões em 2013, representando aumento de 65,3% nos últimos quatro anos.

TRIBUNA DO NORTE

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