Ao todo, foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão expedidos pela 7ª Vara Criminal da Justiça Federal de Mato Grosso. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Guilherme Augusto Campos Torres Nunes, a denúncia foi feita pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). "São diplomas que foram comprados na Bolívia e seriam usados para a pessoa clinicar no Brasil e há a suspeita de que alguns teriam solicitado o ingresso no Mais Médico", informou, explicando que o programa do governo federal não autoriza o ingresso de profissionais formados na Bolívia. 

Os detentores dos diplomas falsos teriam se inscrito no Revalida - exame que autoriza a atuação de médicos graduados no exterior no País. Em contato com as universidades bolivianas Universidad Nacional Ecológica (UNE), Universidad Técnico Privada Cosmos (Unitepc) e Universidad Mayor de San Simon (UMSS), a UFMT confirmou que dentre os inscritos, 41 nunca foram alunos ou não concluíram a graduação nessas instituições.
Ao analisar os documentos encaminhados pela universidade mato-grossense, a Polícia Federal constatou que, destes 41, 29 foram representados por cinco advogados ou despachantes, que teriam sub-rogado outras pessoas para realizar a inscrição dos supostos médicos. Os investigados responderão pelos crimes de uso de documento falso e falsidade ideológica. "O próximo passo vai ser interrogar e juntar a documentação para indiciá-los por falsidade e identificar o fraudador na Bolívia com base nos interrogatórios que estamos fazendo, para em seguida acionarmos as autoridades cabíveis", completou Nunes. 

A operação foi batizada em razão de que Esculápio é o Deus da medicina e da cura na mitologia greco-romana. 
ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).

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