quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Estudo faz alerta sobre degradação dos oceanos

São Paulo (AE) - Um grupo internacional de pesquisadores aliado com algumas das principais organizações ambientais do mundo divulgou ontem o primeiro indicador sobre a saúde dos oceanos. O resultado mostra que a capacidade de fornecer benefícios aos seres humanos e manter, ao mesmo tempo, a qualidade de seus ecossistemas é crítica e está bem aquém do que poderia ser. Foram analisadas as condições de dez objetivos socio-ecológicos dos oceanos nas zonas econômicas exclusivas de 171 países e territórios costeiros. Com notas variando de zero a cem, chegou-se a uma média global de 60.

Júnior Santos

Atividade turística, mesmo em cruzeiros de luxo, polui os mares

O ineditismo do trabalho foi pela primeira vez considerar não apenas a preservação dos mares, mas seu uso sustentável. Os dados avaliados foram desde a capacidade de prover alimentos até a de preservar sua biodiversidade, passando por poluição e uso em turismo. A interpretação é de que, quanto menor a nota, menos o país está sendo capaz de aproveitar os benefícios dos oceanos ou isso está sendo feito de modo insustentável.

O Brasil ficou bem na média, com 62 pontos, atingindo a 35ª colocação. Serra Leoa, em último, teve nota 36. A mais bem colocada foi a Ilha Jarvis (território dependente dos EUA no Pacífico), com 86 pontos, mas o local é desabitado, assim como os Territórios Desabitados dos EUA no Pacífico, que aparecem em segundo lugar, e a Ilha Clipperton, em terceiro. Só em quarto lugar, com iguais 73 pontos, aparecem as primeiras nações propriamente ditas - Ilhas Seychelles e Alemanha.

O trabalho mostrou que entre os tópicos avaliados, a capacidade de prover alimentos é uma das mais críticas, refletindo o colapso dos estoques pesqueiros que já há alguns anos é denunciado pela comunidade científica. A nota média foi 24. Abaixo dele, só ficou o turismo - com nota 10 -, mas os próprios autores admitem que o dado pode não refletir totalmente a situação dos países. O indicador foi mais complicado de trabalhar por não existirem muitas bases de dados globais com informações sobre turismo.

*AE/TRIBUNA DO NORTE


Nenhum comentário:

Postar um comentário