A Secretaria Estadual de Saúde Pública anunciou, na manhã de ontem, durante entrevista coletiva, que o retorno de 745 servidores cedidos a outros órgãos está entre as prioridades elencadas no plano elaborado pelo Governo do RN para enfrentar o estado de calamidade pública do sistema de saúde decretado no início de julho. O ato foi publicado no Diário Oficial do dia 3 de agosto, e determina o retorno imediato dos servidores. Atualmente, a Secretaria possui cerca de 15 mil servidores na ativa.
Emanuel Amaral
Giselda Trigueiro, referência em doenças infectocontagiosas,
terá R$ 2,2 milhões para reformas
Na ocasião, a Sesap também faz um balanço das ações realizadas nos primeiros 30 dias de enfrentamento da situação de calamidade e apresentou detalhes sobre o investimento de R$ 8 milhões na reforma e ampliação de cinco hospitais - Giselda Trigueiro, João Machado e Santa Catarina, em natal; Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró; e Alfredo Mesquita, em Macaíba. Os contratos foram assinados pelo secretário de Saúde Isaú Gerino Vilela, pela titular da pasta de Infraestrutura, Kátia Pinto, e por representantes das empresas responsáveis pelas obras.
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Contratadas sem licitação, "conforme permite a situação decretada", disse Kátia Pinto, as obras precisam ser concluídas até o dia 3 de janeiro de 2013, quando vencem os 180 dias da reconhecida situação de calamidade.
Isaú Gerino ressaltou durante a coletiva, que a convocação dos servidores e o abastecimento dos hospitais com medicamentos e insumos básicos são tidos como prioridade pela Sesap. "Reservamos R$ 5 milhões para aquisição desse material, e a reestruturação dos hospitais chega a R$ 15 milhões em investimentos", informou. Com a ampliação das unidades de saúde, o secretário informou que "não está descartada a contratação" de novos servidores.
"Caso esse retorno não seja suficiente para atender à nova demanda, vamos estudar como viabilizar as contratações. O bom senso pede isso, e a intenção é criar uma estrutura de atendimento adequada e duradoura".
Segundo o plano apresentado, ainda estão previstas a abertura de oito novas UTIs neonatológicas no Hospital Santa Catarina; a operacionalização da Central Metropolitana de Regulação, cuja intenção é interligar os serviços de urgência e emergência do Samu, Polícia Militar, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros; e a disponibilização de 35 leitos do Hospital da PM, nos próximos 20 dias. Medidas para minimizar o impacto pelo desfalque de 60 leitos do Hospital Universitário Onofre Lopes, impedido - através de acórdão com o Tribunal de Contas da União - de contratar terceirizados em funções que tenham plano de cargos e salários.
Nos próximos 15 dias, a Sesap e a SIN pretendem anunciar a reforma e ampliação de mais três hospitais, e o chamamento de Parceria Público-Privada para construção de um hospital especializado em traumatologia, a ser construído no prolongamento da avenida Prudente de Morais. "O foco principal será em acidentes de trânsito. A localização agiliza o atendimento metropolitano", garantiu Gerino.
A Sesap fará também a aquisição do TRIOS, equipamento que verifica a classificação de risco na porta de pronto-socorros. "A partir de entrevista e monitoramento de pulso/oxigenação, pressão e temperatura, podemos determinar a gravidade da situação e encaminhar o paciente para outra unidade.
Todo o procedimento será controlado pela Central Metropolitana de Regulação", explicou o médico Luiz Roberto, coordenador do Samu e do atendimento de urgência e emergência no RN, encarregado de apresentar o balanço das ações da Sesap.
Comissão quer ampliar ações contra infecção
Os recentes registros de óbitos em unidades públicas de saúde no RN, em decorrência de suspeitas de infecção hospitalar, poderão ser minimizados com a implantação da Coordenadoria Estadual de Controle de Infecção Hospitalar. Funcionando a pouco mais de três meses, a meta da CECIH é orientar as Comissões de Controle que já atuam nos hospitais. "Cada unidade tem uma flora específica, que depende do perfil de atendimento: hospital geral, pediátrico, infecto-contagioso", disse Margareth Teixeira, coordenadora do CECIH. "Nosso trabalho visa adotar medidas de prevenção para reduzir riscos de infecções e surtos".
Margareth explicou que os cinco casos verificados no Hospital da Mulher, em Mossoró, na primeira quinzena de junho, quando recém-nascidos morreram na UTI da unidade, podem ter sido causado por uma bactéria oportunista. "Os bebês eram prematuros, com baixa imunidade, e, pelas características, há indícios de infecção, pois não há atendimento de doentes. Visitei o Hospital e fiz recomendações para corrigir alguns procedimentos que podem minimizar riscos". A Sesap/CECIH ainda está investigando, e um novo relatório foi solicitado para identificar o agente causador.
A coordenadora explicou que qualquer paciente está suscetível a infecção. "A suspeita não confirmada de um surto no Hospital Ruy Pereira, por exemplo, foi causada por uma bactéria (pseudomonas) comumente encontrada em equipamentos utilizados em UTIs. Então, quando o paciente está com imunidade baixa e não há um controle rígido os riscos aumentam.
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