DE BRASÍLIA
Contribuiu para o resultado positivo a arrecadação extraordinária de R$ 4 bilhões. Desse total, R$ 3 bilhões foram arrecadados com impostos sobre o lucro do BB Seguridade com o IPO (oferta pública inicial de ações) de R$ 11,5 bilhões, a maior operação do tipo realizada no mundo neste ano.
Além disso, a Receita recolheu extraordinariamente R$ 1 bilhão de Pis/Cofins relativo a depósitos judiciais de uma empresa do setor financeiro cujo nome não foi revelado. Esses recursos estão sendo questionados judicialmente pela empresa e podem ter que ser devolvidos no caso de a Receita perder a disputa.
Com a melhora da arrecadação em maio, o volume coletado no acumulado do ano, que estava em retração até abril, passou a apresentar leve alta. De janeiro a maio deste ano, os recursos arrecadados pela Receita somaram R$ 458,3 bilhões, valor apenas 0,77% maior que o registrado no mesmo período de 2012, quando descontada a inflação.
Apesar do crescimento pequeno, a arrecadação também é recorde no acumulado de janeiro a maio. Se não fossem os recursos extraordinários, o volume arrecadado estaria praticamente estável no ano.
OTIMISMO
Segundo o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto, ainda é cedo para falar em recuperação consistente da arrecadação.
Apesar disso, ele se mantém otimista quanto aos próximos meses. Sua expectativa é que, mesmo com as perdas de receita por causa das desonerações feitas pelo governo, a recuperação da atividade econômica vai alavancar a arrecadação ao longo do ano. A projeção da Receita é que o valor arrecadado terá crescimento de 3% a 3,5% acima da inflação em 2013.
"As desonerações estimulam a atividade produtiva. Isso tem impacto também na recuperação da arrecadação", observou Barreto.
A Receita calcula que deixou de arrecadar cerca de R$ 9 bilhões nos primeiros cinco meses do ano devido ao corte de impostos que incidem sobre a folha de salários, crédito, combustíveis e automóveis.
Folha de São Paulo
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