Porto Alegre (AE) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sua sucessora, Dilma Rousseff, “jamais vai permitir a volta da inflação” e previu que eventuais oscilações econômicas não vão alterar as perspectivas do País, ontem, em Canoas (RS), onde participou do encerramento do Terceiro Fórum Mundial de Autoridades Locais de Periferia (Falp) e de um Encontro de Catadores de material reciclável. “Não é por causa de um sobressalto ou outro na economia que a gente pode achar que o Brasil vai sair do caminho do crescimento, da geração de emprego e da distribuição de renda”, complementou.
Fábio Rodrigues Pozzebom
Luiz Inácio Lula da Silva faz a defesa das medidas adotadas pela presidenta para conter a inflação
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Lula afirmou que Dilma “é muito responsável” e emendou dizendo que “neste País não se brinca com responsabilidade fiscal, não se gasta mais do que se ganha; este País aprendeu a fazer bem isso e é isso que vai dar solidez necessária para que o Brasil tenha um futuro cada vez melhor e que daqui a alguns anos seja a quinta economia mundial”.
Na palestra para administradores, técnicos, agentes e estudiosos da regiões metropolitanas, Lula afirmou que seu governo abriu caminhos para os prefeitos apresentaram bons projetos e elaborou programas como o Minha Casa, Minha Vida com a participação dos municípios. Ao falar da ocupação de morros e margens de riachos em aglomerados urbanos por migrantes nos anos 1960 e 1970, atribuiu a culpa à “irresponsabilidade administrativa e gerencial da elite brasileira, que não cuidou dos que tinha que cuidar” e também criticou os adversários daqueles governos, entre os quais se colocou, porque “achavam bonito defender aquele coitadinho do interior que ficava à beira de córregos” sem sugerir que fossem para lugares melhores.
Ministérios
No discurso, Lula também defendeu a criação de ministérios em seu governo, como o das Cidades, Direitos Humanos, Igualdade Racial, e também na gestão de Dilma, como o das Micro e Pequenas Empresas, que elevou o total de pastas para 39. “Por quê posso ter Ministério da Indústria e não da Mulher, por quê posso ter Ministério do Exército e não do Negro, por quê não posso fazer a sociedade ser representada efetivamente dentro do governo?”, questionou. “Somente um governo que não tem cara e não quer ter cara não faz”.
Lula foi à cidade da região metropolitana de Porto Alegre para participar, como palestrante, da terceira edição do Fórum Mundial de Autoridades Locais de Periferia (Falp) e do Encontro Estadual de Catadores de material reciclável. Nos dois eventos foi recebido como um ídolo em cenas compatíveis com as de uma campanha política. À vontade entre as pessoas que se aglomeravam para tirar fotos com ele, o ex-presidente falou rapidamente com os repórteres.
Ao ser questionado se as boas perspectivas econômicas que traçava lhe animavam a voltar à presidência, respondeu apenas a palavra “não”. Ao final da segunda palestra, conclamou os catadores a se mobilizar para evitar que a lei que trata dos lixões admita a incineração e usou uma frase de campanha para incentivá-los. “Até a vitória, se Deus quiser”, proclamou, ao se despedir.
TRIBUNA DO NORTE
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