domingo, 9 de junho de 2013

Adversários estão desocupados, não têm o que fazer”

Aldemar Freire e Anna Ruth Dantas - editoria de Política

A governadora Rosalba Ciarlini adota a cautela ao responder sobre o pleito 2014. Não assume a candidatura à reeleição, nega que planeje deixar o Democratas, mas é enfática nas críticas aos que estão “articulando para 2014”. Sem citar nomes, Rosalba Ciarlini afirma que há políticos pensando em projetos pessoais. “Os adversários estão muito mais preocupados do que nós aqui na base. Acho que é porque eles estão desocupados, não têm o que fazer, não têm ação para mostrar”, comenta. Questionada sobre a quem dirige as declarações, ela evitou falar em nomes, mas foi firme no comentário: “Não estão preocupados, falta espírito público de ajudar, realmente, ao Estado. Tem gente que não possui espírito público, não está pensando grande no Rio Grande do Norte e só pensa nas suas questões pessoais”.

Emanuel Amaral
Rosalba não assume a candidatura à reeleição e nega que planeje deixar o Democratas

Já quando o assunto é PMDB, Rosalba Ciarlini elogia o partido, demonstra preocupação em estampar afinidade com os peemedebistas e destaca a atuação do ministro da Previdência, Garibaldi Filho, e do presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves. 

A governadora afirmou que apenas após a Copa do Mundo de 2014 irá tratar de assuntos que envolvam candidatura a reeleição. No entanto, a preocupação demonstrada nesta entrevista de enaltecer as ações do Governo e as dificuldades enfrentadas no início da administração, sinalizam que Rosalba Ciarlini tende a entrar na disputa para continuar no Executivo.

Como a senhora avalia hoje o cenário político do Rio Grande do Norte no ano pré-eleitoral?
Eu acho que ainda está muito indefinido. Até porque é um ano pré-eleitoral. Antes de chegar as eleições ainda temos a Copa. Tem muita coisa para acontecer. Está muito indefinido. Temos que ter paciência. Em política a gente precisaaguardar que o tempo certo. Após a Copa, o quadro estará definido e nós vamos ter mais uma eleição.

A senhora chegou a declarar para a TRIBUNA DO NORTE que poderá apoiar a reeleição da presidenta Dilma. Como viabilizaria esse apoio, estando no DEM?
Eu disse que iria votar naquilo que fosse melhor para o Brasil. Acho que esse é um direito que tem todo cidadão e na hora de escolher eu me sinto como uma cidadã. Agora existe muita especulação e estão confundindo muito as coisas. A presidenta Dilma tem tido um comportamento muito republicano com todo o Brasil.

Também com a senhora que é filiada ao DEM?
Eu tenho dito e repetido que ela tem cumprido com o que disse: “Traga bons projetos que nós aprovamos”. Além do que muita coisa que o Rio Grande do Norte esperava, há muitos e muitos anos, está acontecendo. Seria impossível o Governo do Estado fazer sozinho. Precisava do apoio do Governo Federal. Então sempre foi uma das nossas metas a união dos esforços, com toda a bancada para fazer mais. E hoje estamos mostrando essa boa parceria administrativa.

Essa parceria administrativa poderá conduzir para um apoio político à presidenta Dilma?
Eu fiz, inclusive, um desafio à presidenta para as ações hídricas que nós temos planejadas, os projetos feitos, muitos já aprovados... Foi um marco a questão da Barragem Oiticica. É bom que a gente faça uma retrospectiva. Muito se falou sobre a Oiticica. Projetos do Dnocs existiam de muitos anos. Então o Governo passado tentou fazer, mas o Tribunal de Contas da União interferiu, porque havia problemas na licitação, de preço. Ao assumir eu passei esses dois anos trabalhando, desatando todos os nós, para criar condições de construir a barragem. Foi feito o convênio com o Ministério da Integração, com o Dnocs e a ordem de serviço já foi dada. 

Como superou esses entraves?
Foi um esforço que teve a participação da bancada, um trabalho muito importante do deputado federal Henrique, conduzindo todo o processo junto à bancada para que desse essa força e, com isso, acontecesse agora como foi feito com a chegada da presidenta. Mas, além disso, nós apresentamos outros projetos, de outras barragens, de mais adutora, de outras ações hídricas.

Emanuel Amaral
Em entrevista à Tribuna do Norte a governadora afirmou que, apenas após a Copa de 2014, tratará da candidatura a reeleição

E como a presidenta recebeu essas reivindicações?
A presidenta tem a meta de universalizar a água e o Nordeste. Temos a nossa característica. A água, claro, é de fundamental importância. Tivemos o ano de seca, fiz o desafio para a presidenta que, na região, seja o Rio Grande do Norte o primeiro Estado, onde, realmente, a gente comprove a universalização e, com isso, ter condições de convivência com a seca. Vamos provar que é possível, sim, ter um Rio Grande do Norte sustentável, mesmo com esse clima de muita irregularidade. Esse é um esforço que nosso Governo está fazendo. É uma das nossas metas e tenho contado e com certeza vou contar sempre com a sensibilidade da presidenta.

Mas, governadora, a parceria administrativa pode evoluir para parceria política?
Em política tudo é possível. Mas nós não tratamos da questão político partidária. Nós tratamos do Rio Grande do Norte de fazer as coisas acontecerem no Rio Grande do Norte. Lembre que, quando eu fui pela primeira vez à presidenta, o deputado Henrique Eduardo Alves estava comigo, testemunhou isso, o que afirmei na ocasião foi: “Presidenta, vamos trabalhar juntas, porque o povo do Rio Grande do Norte a escolheu para ser presidenta”. Ela aqui teve grande maioria. O povo também me escolheu para ser governadora. É assim que o povo está querendo e foi isso que a gente fez, dar as mãos para trabalhar. 

Mas com tudo isso prosseguindo até 2014 seria natural a senhora preferir a reeleição da presidenta Dilma Rousseff?
Eu não sei. Nunca gosto de ficar especulando, de ficar no “se”. Vamos trabalhar, tem muita coisa, a luta tem sido incansável. Tem muita coisa que ainda não consegui fazer, muita coisa que eu gostaria que o povo do Rio Grande do Norte tivesse.

TRIBUNA DO NORTE

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